Sábado, 14 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 13 de dezembro de 2024
O presidente da França, Emmanuel Macron, nomeou nessa sexta-feira (13) François Bayrou, de centro, como o novo primeiro-ministro da França, segundo seu gabinete em um comunicado.
Bayrou substitui Michel Barnier, que estava no poder havia apenas três meses mas renunciou na semana passada depois que deputados da extrema direita e da esquerda se uniram para aprovar uma moção de censura contra ele.
Na França, presidente e primeiro-ministro governam em conjunto e são eleitos em pleitos separados – o presidente se elege por votação direta, enquanto o premiê é indicado pelo partido que vence as eleições parlamentares. O presidente, no entanto, tem a prerrogativa de apontar um premiê alheio ao nome indicado pelo Parlamento.
Macron já havia optado por indicar Barnier, também centrista, em setembro, ignorando o resultado das eleições parlamentares de junho, que havia dado vitória, embora sem maioria, à aliança da esquerda.
Bayrou, o novo nome anunciado nesta sexta por Macron, é um político veterano da ala centrista francesa — e, portanto, aliado de Macron, também de centro. Atualmente, é prefeito da cidade de Pau, nos Pirineus, sudoeste da França. Tem 73 anos, a mesma idade de Barnier, e os dois se tornam, assim, os premiês mais velhos da história moderna do país.
Eles sucedem, além disso, Gabriel Attal, que foi o primeiro-ministro mais novo da história da França.
Assim que assumir de fato o governo, a prioridade de Bayrou será conseguir passar no Parlamento uma lei especial para aprovar o Orçamento de 2024, em meio a uma árdua batalha que os deputados já travam sobre a mesma matéria de 2025 .
Foi justamente a resistência parlamentar ao projeto de Orçamento que levou à queda do governo do ex-primeiro-ministro Michel Barnier.
Nesta sexta, após o anúncio, a esquerda já se disse contrária à nomeação — por ter vencido as eleições, o grupo quer um nome esquerdista, o que Macron nega — e afirmou que vai barrar o governo de Bayrou no Parlamento.
Já o líder da extrema direita, Jordan Bardella, afirmou que fará as mesmas restrições que fez com o governo de Barnier — seu partido também bloqueou a proposta de Orçamento de Barnier e se uniu à esquerda para votar a moção de censura contra ele.
Espera-se que o novo primeiro-ministro também apresente sua lista de ministros nos próximos dias. Mas sua proximidade com Macron, que atualmente enfrenta uma forte crise de impopularidade, poderá dificultar o novo governo.
Em uma união inédita entre a esquerda e a extrema direita, os deputados da França derrubaram na semana passada o primeiro-ministro do país, Michel Barnier, que teve o governo mais curto da história recente da França.
Por maioria e como esperado, os deputados aprovaram uma moção de censura contra Barnier — mecanismo parlamentar através do qual legisladores podem retirar um chefe de governo do poder caso não estejam satisfeitos com sua gestão.
A insatisfação com a indicação de Macron de um nome que nem sequer participou das eleições foi crescendo entre os deputados ao longo e culminou na rejeição, esta semana, da proposta de Orçamento apresentada por Barnier.
Também contou para a crise um momento tenso na economia da França — a segunda maior da União Europeia. O prêmio de risco da dívida francesa está quase igual ao da Grécia, um dos piores do continente.
Além disso, a instabilidade na França e a crise de governo na Alemanha, que precisou antecipar as eleições legislativas para 23 de fevereiro, podem afetar a União Europeia a poucas semanas do retorno de Donald Trump ao poder nos Estados Unidos.
Em maio, o presidente Emmanuel Macron surpreendeu o país e também antecipou as legislações, que estavam previstas para 2027, após a vitória da extrema direita nas eleições para o Parlamento Europeu na França.
A antecipação do pleito foi uma jogada política de Macron diante do resultado ruim de seu partido e do avanço da extrema direita nas eleições para o Parlamento europeu — o Legislativo de todos os países da União Europeia, com sede em Bruxelas.
As pesquisas de opinião apontavam o Reunião Nacional, sigla de extrema direita de Marine Le Pen, como favorito. Mas a esquerda, que se uniu em um bloco amplo, surpreendeu e terminou em primeiro na votação. Mesmo assim, o bloco não conseguiu formar maioria. Tentou aliança com a centro-direita, de Macron, que rejeitou o nome proposto pela esquerda para governar e desfez a parceria. As informações são do portal de notícias G1.