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Política Frente mais ampla: governo prevê alianças à direita para evitar avanço do bolsonarismo no Senado em 2026

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O fraco desempenho de candidatos da esquerda nas disputas municipais acendeu ainda mais o alerta no governo Lula.

Foto: Ricardo Stuckert/PR
O fraco desempenho de candidatos da esquerda nas disputas municipais acendeu ainda mais o alerta no governo Lula. (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

O fraco desempenho de candidatos da esquerda nas disputas municipais acendeu ainda mais o alerta no governo e no PT para uma eleição considerada chave em 2026: a do Senado. O temor é de que a renovação de dois terços da Casa — 54 das 81 cadeiras — leve a um domínio dos aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro e deixe a base de apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, caso ele seja reeleito, acuada. Com isso, parlamentares e dirigentes do partido têm defendido alianças com nomes de centro ou até ligados à direita, desde que não sejam bolsonaristas.

Seis dos atuais nove senadores petistas terão o mandato encerrado dentro de dois anos. Por outro lado, no PL do ex-presidente, oito dos 14 parlamentares estão assegurados na Casa até 2030. O núcleo de senadores bolsonaristas, no entanto, é ainda maior, já que contempla nomes de outras legendas, como a ex-ministra Damares Alves (Republicanos-DF), por exemplo. Em 2023, Rogério Marinho (PL-RN) concorreu ao comando da Casa como candidato do ex-presidente e obteve 32 votos. A votação é considerada como base pelo governo para medir o tamanho da oposição.

Bolsonaro não esconde a intenção de priorizar a eleição do Senado em 2026. Ele já declarou ter a expectativa de aumentar a bancada do PL para 20 parlamentares. Ter maioria na Casa é visto como estratégico na guerra contra o Supremo Tribunal Federal, uma vez que cabe aos senadores votar pedidos de impeachment contra ministros da Corte.

Além da eleição municipal ter confirmado uma conjuntura favorável à direita, líderes petistas reconhecem que o partido enfrenta dificuldade na renovação de quadros. A avaliação é que quase não há opções de nomes competitivos em estados como São Paulo, Rio, Minas e Paraná. Neste cenário, apoiar candidatos de outros partidos, mesmo que mais ligados à direita, seria uma estratégia dentro do que eles chamam de “redução de danos”.

A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, diz que o partido deve designar ainda este ano um grupo da executiva para mapear candidatos que podem receber o apoio petista nos estados.

“Nós só podemos sair com candidaturas ao Senado (do PT) que sejam competitivas. Não podemos correr o risco de deixar de apoiar uma candidatura de centro (competitiva), até de centro-direita, que seja comprometida contra a extrema-direita”, afirma a dirigente.

A estratégia pragmática deve se refletir em apoios a nomes como Eduardo Leite (PSDB) no Rio Grande do Sul, Alexandre Silveira (PSD) em Minas, e Eduardo Braga (MDB) no Amazonas. Embora seja opositor de Lula, Eduardo Leite fez gesto importante de convergência neste segundo turno no Rio Grande do Sul. Em Pelotas, ele declarou voto em Fernando Marroni, do PT, que concorre contra Marciano Perondi, do PL — um sinal de que é possível buscar uma aproximação para enfrentar o bolsonarismo.

Uma liderança petista de Minas afirma que Silveira não tem ligação alguma com as bandeiras históricas do PT, mas, diante da conjuntura desfavorável, seria um “mal menor”. Os correligionários de Lula acreditam que o governador Romeu Zema (Novo) deve concorrer ao Senado, o que o tornaria favorito para uma das duas vagas do Estado.

Em São Paulo, dirigentes do PT afirmam não enxergar, entre os integrantes da sigla, nome disponível para concorrer a uma vaga no Senado. O partido elegeu apenas três prefeitos no primeiro turno, todos em cidades pequenas (Lucianópolis, Matão e Santa Lúcia). O plano é apostar em um quadro de outra legenda com perfil parecido com o de Geraldo Alckmin. O vice-presidente, inclusive, pode ser uma alternativa caso seja preterido da chapa de Lula para a reeleição.

Já no Rio, líderes do partido se mostram dispostos a delegar a escolha do candidato ao prefeito Eduardo Paes (PSD), visto como provável nome a governador em 2026. Alternativas, como Anielle Franco e Marcelo Freixo, devem ser apresentadas, mas a disposição é não brigar pelos postos em razão da conjuntura adversa no Estado que é considerado o berço do bolsonarismo. Há preocupação de evitar um novo racha do campo progressista, como visto em 2022, quando André Ceciliano (PT) e Alessandro Molon (PSB) concorreram a uma vaga e perderam para Romário (PL).

A avaliação é de que o senador Flávio Bolsonaro (PL) tem praticamente garantida sua reeleição, restando apenas uma vaga em disputa. Integrantes do PT fluminense acreditam que Paes poderia optar por um candidato ao Senado mais progressista e outro mais de direita, como o deputado evangélico Otoni de Paula (MDB), que na semana passada esteve com Lula no Palácio do Planalto.

 

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