Segunda-feira, 28 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 25 de fevereiro de 2023
Duas das principais exportadoras de carne bovina do país, a Marfrig e a Minerva, vão utilizar suas unidades no exterior para manter as vendas para a China após o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) suspender temporariamente a exportação de carne do Brasil para o país asiático.
A decisão do ministério foi tomada com base em um protocolo bilateral de inspeção após a confirmação de um caso de vaca louca no Pará, identificado em um animal com 9 anos de idade.
A China é atualmente o principal comprador de carne bovina do Brasil. No ano passado, a exportação do produto totalizou US$ 11,8 bilhões, e o país asiático comprou US$ 7,95 bilhões, cerca de 60% do total.
Em comunicado ao mercado, a Marfrig informou que no período de autossuspensão, o atendimento realizado pelas sete unidades da empresa no Brasil será redirecionado para as seis unidades da empresa habilitadas para a China, localizadas no Uruguai e na Argentina.
“Nossa plataforma geograficamente diversificada e a flexibilidade de nossos multicanais de venda nos permitirá atender a demanda de nossos clientes”, disse a Marfrig.
O frigorífico informou também que, no acumulado dos últimos 12 meses reportados, as exportações brasileiras da Marfrig para o mercado chinês representaram 6,4% da receita líquida consolidada.
“Vale destacar que as recentes habilitações recebidas irão contribuir com a diversificação dos destinos de exportação da Marfrig no Brasil”, afirmou.
No ano passado, a receita das operações da Marfrig na América do Sul, englobando países como Brasil, Argentina, Uruguai e Chile, subiu 7,8% no terceiro trimestre, na comparação anual, chegando a R$ 7,4 bilhões.
Preço em alta
A empresa explicou que a alta no faturamento dessa operação se deu por conta de um aumento de 10% do preço médio total de vendas, puxado pelas exportações, cujo preço médio avançou, em dólares, 17,4% em relação ao mesmo período do ano passado. A empresa vai divulgar os resultados do quarto trimestre em março.
A Marfrig afirmou ainda que acredita que a situação do EEB (Encefalopatia Espongiforme Bovina, nome científico do mal da vaca louca) está dentro dos parâmetros regulares envolvendo questões sanitárias e espera que as exportações sejam retomadas em breve.
Já a Minerva informou ao mercado que vai continuar exportando carnes para China através de suas quatro unidades de abate na América Latina, sendo três no Uruguai e uma na Argentina.
A Minerva explicou no comunicado que a doença pode ocorrer de forma espontânea e esporádica em todas as populações de bovinos pelo mundo.
“Em função disso, a Minerva acredita que, tal qual em períodos anteriores, a suspensão das exportações brasileiras é temporária e deverá ser retomada em um curto espaço de tempo”, disse a companhia na nota.
No quarto trimestre do ano passado, as exportações corresponderam a 69% da receita total da companhia.
A China foi o principal destino das exportações da Minerva, seguido dos Estados Unidos e do Chile. No quarto trimestre, os chineses compraram 68% do que a companhia exportou.
No acumulado de 2022, o lucro líquido da Minerva totalizou R$ 655,1 milhões, alta de 9,4% frente ao ano anterior.
Segundo a companhia, em nota encaminhada ao mercado, o resultado das exportações em 2022 consolida a Minerva como líder na exportação de carne bovina na América do Sul com aproximadamente 20% de participação no mercado. As informações são do jornal O Globo.