Com a chegada do inverno, neste 21 de junho, a tendência é de quedas mais acentuadas na temperatura. O período já costuma deixar os pais em alerta, por conta do aumento de gripe, resfriado, nariz escorrendo. Agora, então, que o menor sinal de nariz escorrendo já gera aquela preocupação: será que pode ser covid-19? Mas você sabia que, nesta época, também é preciso ter cuidados específicos com a pele das crianças, que é mais frágil, para evitar ressecamentos e até feridas?
Durante o inverno, o frio leva à diminuição na transpiração corporal e é isso o que faz com que a pele fique mais seca, tanto em adultos, como em crianças. Por isso é tão importante o reforço da hidratação, e cuidados específicos no momento do banho dos pequenos.
“As pessoas têm tendência a achar que bebês precisam de muitos banhos por dia. Isso é um erro”, explica a dermatologista Mayra Ianhez, professora da Universidade Federal de Goiás (UFG). Uma dica importante é não deixar o bebê por muito tempo na água. Além disso, o banho não deve ser muito quente e não se deve usar bucha na pele da criança, porque ela retira o fator de hidratação que temos naturalmente na pele. “Outro erro é não remover o excesso de sabonete da criança ou usar muito sabonete”, aponta.
Hidratar a pele do bebê desde cedo também pode ajudar a diminuir a chance de complicações. O hidratante mais adequado para cada criança e cada fase depende da recomendação do pediatra.
Dermatite atópica
A combinação de pele seca e queda de imunidade – comum no inverno – pode causar uma doença chamada dermatite atópica – uma inflamação na pele que leva ao aparecimento de lesões e coceira. Segundo a dermatologista Mayra, a doença está geralmente associada a pacientes que têm asma, rinite ou histórico familiar de dermatite atópica, e pode aparecer a partir dos 3 meses de idade.
Pacientes com o diagnóstico podem apresentar feridas por todo o corpo, mas, nos bebês, as áreas mais afetadas geralmente são as bochechas, os braços e as pernas. “A lesão da dermatite atópica tem três fases, todas com coceira: no eczema agudo, que é mais frequente em crianças pequenas, é comum o surgimento de vermelhidão e secreção. O eczema subagudo tem crostas e vermelhidão, mas não tem secreção. Já no eczema crônico, a pele fica grossa, mais ressecada com acentuação dos sulcos da pele”, explica a médica. “Os eczemas subagudo e crônico são mais frequentes em crianças maiores, adolescentes e em adultos”, ressalta.
Não há um exame específico que detecte a presença da doença e o diagnóstico é feito a partir de critérios clínicos, com a avaliação dos sintomas principais, entre coceira e lesões típicas.
Para tratar a doença, é fundamental manter a pele hidratada, e há medicamentos específicos para prevenção e contenção das crises de dermatite atópica, sob recomendação médica.