Segunda-feira, 18 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 10 de janeiro de 2019
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Todos nós temos um amigo ou conhecido que resolveu sair do Brasil para tentar a vida em outro país. Os destinos são os mais variados: Estados Unidos, Europa, Austrália, Canadá, dentre outros. Muitas pessoas que tomam essa decisão são profissionais talentosos, com excelente grade curricular e grande vontade de crescer na vida. Diante desse cenário, devemos fazer a seguinte reflexão: por que estamos “perdendo” amigos e profissionais talentosos para outros países? O que os motiva a sair do Brasil?
Estamos cansados de ouvir que “o Brasil é o país do futuro”, pois temos abundância de recursos naturais, nosso clima é tropical, não sofremos com catástrofes naturais, etc. Tudo isso é verdade. O problema é que faltam oportunidades para aqueles que buscam melhorar de vida. Por que viver em um país onde há iminente risco de ser assaltado e perder a vida? De que adianta fazer faculdade e pós-graduação se não há empregos que compensem esse esforço? Por que alguém abriria uma empresa em um país onde a imensa carga tributária extingue qualquer possibilidade de obter lucro? Os problemas estão aí, escancarados para quem quiser ver. Porém, aqueles que governam não têm interesse em resolvê-los. Eles estão mais preocupados em obter votos para a reeleição. Para eles, o importante é se manter no poder, mesmo que isso seja à custa do povo.
Pouco a pouco, estamos perdendo nossos talentos para aqueles países que os valorizam. De que forma isso vem ocorrendo? A combinação de corrupção e trapalhadas econômicas dos últimos governos deu início à nossa “inesquecível” recessão. Com ela, muitas pessoas que têm pouquíssimas alternativas para sustentar suas famílias perderam o emprego. Essa falta de emprego no mercado de trabalho deu início a uma onda violência, fazendo com que todos aqueles que têm recursos financeiros tomem a decisão de investir fora do país, por meio de outra residência ou de negócios internacionais. Quando a violência aumenta, a decisão se torna simples: mudar de país, definitivamente, com toda a família. É assim que perdemos a primeira “leva” de capital intelectual brasileiro. E como ficam os demais?
Todos aqueles que não dispõem dos recursos, mas têm conhecimento suficiente para entender o que acontece no país, sentem-se desmotivados, afinal de contas, não há empregos, e ninguém aguenta viver com tanta violência. É diante disso que aquelas pessoas com energia, ambição e determinação, aos poucos, sentem-se fracas e incapazes de lutar contra o sistema. Quando esse sentimento se torna generalizado entre os jovens, vemos uma debandada de talentos do país. E é justamente nesse ponto que estamos. Uma quantidade crescente de amigos e conhecidos deixando o Brasil. Mas e o que vem depois?
Infelizmente, a pior parte. Aos poucos, veremos a decadência de um país onde os corruptos governam os ignorantes. Esse cenário causa um sentimento ruim em todos nós, e a pergunta que fica é: há solução para tudo isso? A resposta é sim. Porém, devemos agir agora. Nosso governo precisa diminuir a carga tributária, erradicar o excesso de direitos no funcionalismo público, enxugar a máquina estatal e, finalmente, desatar as amarras que impedem o empreendedorismo. É assim que vamos resgatar os talentos perdidos e reter aqueles que ainda estão aqui. Precisamos dos melhores para prosperar. O governo tem se mostrado favorável à essas medidas. Porém, não basta querer, temos que agir.
Leonardo Salles (IEE – Instituto de Estudos Empresariais)
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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