Sexta-feira, 21 de março de 2025
Por Redação O Sul | 21 de março de 2025
O comentário foi proferido no momento em que ele contava sobre sua trajetória política.
Foto: ReproduçãoO ex-presidente Jair Bolsonaro se descreveu como “um aborto da natureza” durante uma transmissão ao vivo nessa quinta-feira (20), feita em comemoração ao seu aniversário de 70 anos celebrado nesta sexta (21). O comentário foi proferido no momento em que ele contava sobre sua trajetória política, desde o período em que atuava como político de “baixo clero” até a vitória como presidente da República.
Ao longo da live, o ex-mandatário estava acompanhado do filho senador, Flávio Bolsonaro (PL-RJ), e do advogado Paulo Cunha Bueno, que o representa no processo sobre a suposta trama golpista.
“Eu fui um aborto da natureza. Além de sobreviver a uma facada, na graça de Deus, a minha própria eleição. Quem podia esperar que eu, um deputado do baixo clero, tido por muitos como encrenqueiro, e era encrenqueiro mesmo, conseguiria ganhar uma eleição?”, disse durante a conversa com os convidados.
Na live, Bolsonaro também recebeu uma ligação do filho Eduardo, que anunciou nesta semana uma licença do cargo de deputado federal e sua mudança para os Estados Unidos. O ex-presidente afirmou que a decisão do parlamentar — que formalizou o pedido de afastamento da Câmara por 122 dias nesta quinta-feira — seria um “orgulho”.
Ainda na transmissão, o ex-mandatário voltou a contestar decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o julgamento em torno da suposta participação dele em uma trama golpista e as penas atribuídas pelos ataques golpistas de 8 de janeiro.
Bolsonaro também recebeu da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro um bolo em formato de capacete para celebrar o aniversário. O doce faz referência à linha do acessório de grafeno lançada pelo ex-presidente neste mês. O primeiro pedaço, no entanto, foi entregue ao advogado Paulo Cunha Bueno.
Na quinta, as equipes jurídicas de Bolsonaro e do ex-ministro Walter Braga Netto (PL) apresentaram representações no Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para pedir a “intervenção” do órgão e “garantir as prerrogativas da advocacia que nos vêm sendo reiteradamente subtraídas” no processo que tramita no STF em que o antigo mandatário é investigado pela trama golpista.
No caso de Bolsonaro, Paulo Cunha alega à OAB que está tendo o seu trabalho prejudicado por um suposto obstáculo imposto pelo STF às provas e documentos da investigação da trama golpista. Eles argumentam que não conseguiram analisar materiais citados no processo, e que vêm tendo pedidos de acesso frequentemente negados pelo relator do caso, ministro Alexandre de Moraes.
Os advogados dizem ainda que foram “soterrados” por uma grande quantidade de documentos, papéis, ofícios e anexos do processo, mas que não têm a ver com a investigação que levou à denúncia de Bolsonaro e outras 33 pessoas pela Procuradoria-Geral da República (PGR). A análise do material pela Primeira Turma do STF será iniciada na próxima terça-feira. As informações são do portal de notícias O Globo.