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Funcionários reclamam de atraso nos salários em hospital gaúcho investigado por desvio de recursos

A ADPF destacou que a Lei contra o abuso de autoridade não pode ser usada "como instrumento de intimidação ou de vingança". (Foto: PF/Divulgação)

Alvo de uma operação do MP (Ministério Público), PF (Polícia Federal) e outros órgãos no final do mês passado, por causa de denúncias de desvios em contratos com empresas terceirizadas – cerca de R$ 15 milhões, o Hospital de Rio Pardo (Vale do Rio Pardo) voltou aos holofotes. O motivo, agora, é o atraso no pagamento dos salários dos funcionários, referentes a maio, bem como do benefício do vale-transporte.

Os valores deveriam ter entrado nas contas dos empregados até o quinto dia útil de junho, o que não havia acontecido até esta sexta-feira (12). Segundo a Abrassi (Associação Brasileira do Bem-Estar Social, Saúde e Inclusão), citada na investigação, a verba necessária já foi encaminhada, mas como a direção foi afastada no âmbito da apuração, ainda não foi possível repassar os valores.

De acordo com o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) do MP, os vencimentos deverão ser quitados tão logo uma entidade interventora assumir a gestão do hospital. Isso deve ocorrer a partir da semana que vem, a cargo do IAHCS (Instituto de Administração Hospitalar e Ciências da Saúde), nomeado judicialmente para a tarefa por seis meses.

Investigação

No dia 27 de maio, 15 pessoas foram presas pela operação “Camilo” da PF e MP, no âmbito de uma investigação sobre desvios de aproximadamente R$ 15 milhões em contratos da prefeitura de Rio Pardo com uma OSC (organização da sociedade civil), a Abrassi, responsável pela gestão municipal da saúde no município.

Foram presos temporariamente na ocasião o prefeito Rafael Barros e o enfermeiro Ricardo Rivero, o presidente da entidade. Ao menos 11 dos 15 mandados foram convertidos posteriormente para prisões preventiva, sendo que o demais acabaram soltos.

Dentre as irregularidades apontadas está a desinfecção de espaços públicos apenas com água, sem o uso de materiais cuja aquisição estava prevista nos contratos. Também teria acontecido a compra de equipamentos de proteção contra coronavírus vencidos.

(Marcello Campos)

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