Segunda-feira, 28 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 2 de janeiro de 2022
O empresário italiano Calisto Tanzi, que transformou uma pequena empresa familiar na potência alimentar multinacional Parmalat, morreu aos 83 anos em um hospital de Parma, cidade no centro da Itália onde fez fortuna, disse sua família. Segundo agências de notícias, a causa da morte foi pneumonia.
Tanzi, um dos empresários mais famosos da Itália, esteve envolvido em um dos maiores escândalos fiscais da Itália. Em 2003, a Parmalat entrou em colapso, quando um rombo financeiro de 14,5 bilhões de euros foi identificado no balanço patrimonial da empresa, levando-a à falência, que eliminou as economias de mais de 150 mil pequenos investidores e teve reflexo nos setores bancário, esportivo, turístico e de entretenimento.
A Parmalat chegou a ser uma das maiores companhias da Itália até sua quebra, em 2003, após um longo processo judicial. Descobriu-se que a empresa havia superfaturado seus lucros e vendas durante anos, e o colapso gerou litígios em todo o mundo contra dezenas de bancos.
Tanzi cumpria prisão domiciliar em função de uma condenação de 17 anos e cinco meses de prisão por fraude de mercado, falência fraudulenta e outras acusações.
Diversidade
O empresário nasceu em 1938 na pequena cidade de Collecchio, e, aos 22 anos, assumiu a empresa de leite de seu avô. Mais de quatro décadas depois, o grupo Parmalat tinha cerca de 130 fábricas em todo o mundo produzindo leite, iogurte e outros produtos alimentícios.
Seus negócios incluíam uma empresa de turismo e uma rede de televisão. Tanzi usou parte do dinheiro de sua companhia também no futebol.
Além de comprar o Parma, da Itália, patrocinou na década de 1990 o Palmeiras, ganhando vários títulos importantes com o clube paulista. Também patrocinou equipes de esqui e automobilismo de Fórmula Um.
Arte
Em 2001, de acordo com a Forbes , ele foi listado como um bilionário com um patrimônio líquido de cerca de 1,3 bilhão de dólares.
Em dezembro de 2009, as autoridades italianas anunciaram que haviam apreendido dezenove obras de arte pertencentes a Tanzi, que estavam escondidas na casa de seus amigos. As obras valiam mais de 100 milhões de euros.
Tanzi negou possuir qualquer obra de arte oculta. O promotor de Parma, Gerardo Laguardia, disse que as autoridades agiram rapidamente para apreender as pinturas ao descobrir que elas haviam sido colocadas à venda. As autoridades disseram que Stefano Strini, genro de Tanzi, estava sendo investigado pelo sumiço das obras.
Em 29 de outubro de 2019, a coleção de arte recuperada foi leiloada em Milão. “Tesouros redescobertos: impressionistas e obras-primas modernas de uma coleção particular” incluiu obras de artistas como Balla, Gauguin, Cézanne, Kandinsky, Matisse Modigliani e Van Gogh.