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Fundão faz de 2020 a eleição mais cara da História

O Fundão Sem Vergonha de R$ 3,8 bilhões, aprovado na Comissão de Orçamento para bancar a campanha municipal, garantiu que as eleições 2020 sejam as mais caras da História. Em 2016, a primeira realizada sem dinheiro de empresas, o valor total foi de R$ 2,7 bilhões, incluindo o dinheiro dos próprios candidatos e doações de pessoas físicas. A decisão na comissão foi articulada desavergonhadamente pelo centrão. “Centrão foi inconsequente”, criticou um líder governista.

Terreno preparado
Além de dinheiro para financiar seus aliados nos municípios, deputados e senadores garantem também seus próprios bilhões para 2022.

Comparação com corrupção
Em delação, o ex-ministro petista Antonio Palocci revelou que em 2014 a campanha de Dilma custou R$ 800 milhões, “a maior parte ilícita”.

Dados oficiais
O custo declarado da eleição 2014 foi de R$ 5 bilhões. Em 2018, foram R$ 2,8 bilhões no primeiro turno, segundo o Tribunal Superior Eleitoral.

Seu dinheiro
O Fundão é quase sete vezes maior que os cerca de R$ 550 milhões públicos utilizados nas campanhas eleitorais em 2016. Uma vergonha.

PEC da 2ª instância já começa em banho-maria
Homem de confiança do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, o deputado Marcelo Ramos (PL-AM) foi escolhido a dedo para presidir a comissão que vai analisar a proposta de emenda que estabelece prisão após 2ª instância. Ramos foi logo colocando água na fervura para garantir o ritmo de banho-maria: “Não tenho compromisso com prazo”. Sinal de que, como Maia é quem manda, isso vai demorar. Muito.

Má vontade evidente
Rodrigo Maia não explica a sua má vontade em relação ao princípio da prisão após 2ª instância, mas manobra para retardar sua votação.

Senado sob influência
Como exerce forte influência sobre Davi Alcolumbre, Rodrigo Maia quase conseguiu abortar iniciativa idêntica no Senado. Quase.

Passos de tartaruga
Como a maioria do Congresso quer aprovar a prisão após 2ª instância, Maia, esperto, desistiu de impedir a votação. Mas garantiu ritmo lento.

Cadê a lista?
É tão chocante a decisão de aumentar o Fundão Sem Vergonha para R$ 3,8 bilhões, espécie de assalto final aos cofres públicos, que já se espera a divulgação da lista dos caras-de-pau que o apoiam.

Estão se lixando
Os R$ 3,8 bilhões do Fundão Sem Vergonha para financiar a campanha eleitoral de 2020, mostra que há ainda na classe política muitos que se lixam para a opinião pública. Querem apenas grana (pública) no bolso.

Torre Eiffel é aqui
O banco BRB assumirá a gestão da Torre de TV, no centro de Brasília, de 224 metros de altura, uma das maiores do mundo. Será revitalizada, seu entorno turbinado, ganhando ares de Torre Eiffel brasileira.

Restam os prejuízos
O ex-vice-governador Clésio Andrade se livrou do peso que carregava há anos, com inestimável prejuízo moral, político, material e emocional, após a decisão unânime do Tribunal de Justiça de Minas Gerais de anular todo o processo contra ele no chamado “mensalão mineiro”.

Carimbado e registrado
O advogado Felipe Belmonte, 2º vice-presidente, e o ex-ministro do TSE Admar Gonzaga, secretário-geral, registraram ontem no Cartório da 504 Sul o novo partido Aliança pelo Brasil, de Jair Bolsonaro.

O melhor mineiro
Brasília comemora os 90 anos de nascimento do ex-governador José Aparecido exibindo “O Melhor Mineiro do Mundo”, documentário sobre a sua vida. Será no próximo dia 10, às 19h, no shopping Casa Park.

Tardou sem falha
O presidente do Cidadania (ex-PPS), Roberto Freire, comemorou o que chamou de “Justiça um tanto quanto tardia” no caso da condenação do assassinato do vereador de Anadia (AL) Luiz Ferreira, em 2011.

Semântica enganadora
O Ibmec Brasília fez enorme esforço para não denominar de “Por que a esquerda fracassou” um debate com o ex-senador Cristovam Buarque. Preferiu chamar de “Erros dos governos democráticos progressistas”.

Pensando bem…
… se acreditasse em Papai Noel, Rodrigo Maia pediria de presente de Natal o arquivamento da PEC de prisão após 2ª instância.

PODER SEM PUDOR

Recado assustador
Carlos Fehlberg chegava à redação do jornal Zero Hora, de Porto Alegre, onde trabalhava, e encontrou o recado: deveria comparecer imediatamente ao QG do III Exército. Como sabia da forte repressão do regime militar, ele se escondeu, enquanto amigos sondavam os militares sobre o que pesava contra ele. Logo veio o alívio: Fehlberg não sabia que o comandante do III Exército, general Emílio Garrastazzu Médici, havia sido o escolhido para ser presidente da República e o queria como assessor, em Brasília.

Com André Brito e Tiago Vasconcelos

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