Segunda-feira, 28 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 30 de janeiro de 2024
O FMI também elevou projeção para crescimento global, mas ainda vê temor em relação ao Mar Vermelho
Foto: ReproduçãoO FMI (Fundo Monetário Internacional) está mais otimista com o Brasil e vê o País crescendo 1,7% neste ano, contra projeção anterior de 1,5%, conforme a atualização do seu relatório Perspectiva Econômica Mundial (WEO, na sigla em inglês), publicada nesta terça-feira (30).
Ainda assim, a economia brasileira deve desacelerar frente a 2023, quando deve ter avançado 3,1%, prevê o organismo com sede em Washington, nos Estados Unidos.
À frente, o FMI espera que o Brasil volte a acelerar o passo. O Fundo estima que o PIB (Produto Interno Bruto) do País cresça 1,9% em 2025, projeção inalterada frente às estimativas divulgadas pelo organismo em outubro do ano passado.
“Muitas economias continuam a demonstrar grande resiliência, com o crescimento a acelerar no Brasil, na Índia e nas principais economias do Sudeste Asiático”, diz o economista-chefe do FMI, Pierre-Olivier Gourinchas, em comentário sobre as novas projeções econômicas do Fundo.
Apesar disso, o Brasil deve crescer em ritmo aquém ao estimado para a América Latina em 2024, a despeito do corte na projeção do organismo para a região. O Fundo vê a economia latina crescendo 1,9% neste ano, 0,4 ponto porcentual abaixo da sua estimativa anterior. Para 2025, o FMI espera que a América Latina retome o fôlego e cresça 2,5%, mesmo avanço projetado para o PIB do ano passado.
Segundo o Fundo, a revisão regional é justificada pela expectativa de mais um ano de recessão na Argentina, devido ao “ajuste político significativo para restaurar a estabilidade macroeconômica” do país.
Sob o governo de Javier Milei, o país deve amargar uma queda de 2,8% neste ano, projeção piorada em 5,6 pontos porcentuais. No ano passado, a Argentina já havia encolhido 1,1%, conforme as projeções do organismo.
Para 2025, porém, o Fundo vê recuperação, com crescimento de 5%, uma melhora de 1,7 p.p. frente às projeções de outubro. Por outro lado, o FMI destaca a melhora das projeções para grandes economias como a do Brasil e do México em 2024.
No caso da economia mexicana, o Fundo melhorou a sua projeção em 0,6 p.p., para uma alta de 2,7% neste ano. O país tem se beneficiado de maiores volumes de negócios com países vizinhos, o chamado “nearshoring”, na esteira da pandemia e das tensões geopolíticas agravadas pela guerra na Ucrânia e, mais recentemente, no Oriente Médio.
Pouso suave global
O FMI também elevou a projeção para o crescimento econômico global, melhorando as perspectivas tanto para os Estados Unidos como para a China – as duas maiores economias do mundo – e citando uma redução da inflação mais rápida do que o esperado.
Gourinchas disse que o relatório atualizado mostra que um “pouso suave” está à vista, mas que o crescimento global e o comércio global ainda permanecem abaixo da média histórica.
“Achamos que a economia global continua a demonstrar uma resiliência notável e estamos agora na descida final em direção a um ‘pouso suave’, com a inflação diminuindo de forma constante e o crescimento se mantendo”, disse Gourinchas.
“Mas a base da expansão continua mais lenta e pode haver turbulência à frente.” O FMI afirmou que a melhora das perspectivas foi sustentada por gastos públicos e privados mais fortes, apesar das condições monetárias restritivas, bem como pelo aumento da participação da força de trabalho, cadeias de abastecimento reparadas e preços mais baratos da energia e das matérias-primas.
O FMI prevê um crescimento global de 3,1% em 2024, 0,2 ponto percentual acima da sua previsão de outubro, e disse esperar um crescimento de 3,2% em 2025. A média histórica para o período 2000-2019 foi de 3,8%.