Terça-feira, 26 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 28 de agosto de 2024
Presidente da Abifumo, Edimilson Alves. abriu o primeiro painel defendendo a regulamentação dos dispositivos, e não um "liberar geral".
Foto: Thales Silva/Especial O SulA Casa da Rede Pampa na Expointer foi palco de um intenso debate nesta quarta-feira (28), durante o Fórum Tabaco – Desafios e oportunidades no Brasil, organizado pela Associação Brasileira da Indústria do Fumo (Abifumo). A regulamentação do uso e da comercialização dos dispositivos eletrônicos de fumar (DEFs) – popularmente chamados de “vapes” – foi o tema principal das discussões, que também abordaram as novas tecnologias e oportunidades da indústria fumageira no Rio Grande do Sul e no restante do país.
Diversas autoridades e representantes do agro e do tabaco gaúcho estiveram na mesa de debate. O primeiro deles, que participou da abertura do seminário, foi o secretário da Agricultura, Clair Kuhn. Ele esteve presente representando o governo gaúcho. Por vídeo, Eduardo Leite, governador do Estado, deixou sua mensagem no Fórum diretamente de São Paulo. “Saúdo todos os presentes desse importante evento e reafirmo o nosso apoio à cultura do tabaco no Rio Grande do Sul”, disse.
Em seguida, quem tomou a palavra foi o presidente da Abifumo, Edimilson Alves. Ele explicou que a luta da entidade não é por um “liberar geral”, e sim pela regulamentação com regras claras para todos. “ São 3 milhões de brasileiros que consomem todos os dias e não sabem o que estão consumindo. Sem saber os níveis de nicotina, sem ter um CNPJ na embalagem. Se acontece algum problema, se explode um desses equipamentos, ninguém sabe quem produziu”, explicou.
A diretora da Anvisa entre 2017 e 2020, Alessandra Bastos, deu sequência ao debate. A farmacêutica carioca se emocionou ao saudar o povo gaúcho pelos momentos vividos em maio deste ano. Ela questionou a decisão da própria Anvisa em proibir o uso dos cigarros eletrônicos no Brasil. “A decisão foi lastimável. Tudo que tem risco à saude, precisa ter uma regra, para que a gente cuide. Ter uma regra para que eu possa dizer como produzir esse produto da melhor maneira possível. Proibindo, a Anvisa acaba empurrando as pessoas para o consumo ilícito, porque o consumo já existe”, defendeu.
Participaram ainda da abertura do evento e do primeiro painel de debates o presidente da Assembleia Legislativa do RS, Adolfo Brito; o secretário estadual do Turismo, Ronaldo Santini; o secretário de Desenvolvimento Rural do RS, Vilson Covatti; o presidente da Fetag, Carlos Joel da Silva; o presidente do Sistema Farsul, Gedeão Pereira; o prefeito da cidade de Esteio, Leonardo Pascoal e o deputado federal Alceu Moreira.
A segunda rodada de discussões foi aberta pelo Presidente da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Marcilio Drescher. “Os desafios sempre nos foram apresentados e recentemente aumentados. Muita gente quer fazer com que a cultura do tabaco seja vista como má, mas não admite o bem que ele faz para a nossa cultura, para os nossos produtores, para nossa economia” disse Drescher.
O deputado federal Pedro Westphalen opinou no debate do ponto de vista médico. “O que se discute aqui é uma coisa legal. Eu sou médico, não fumo, peço que meus filhos não fumem, mas é permitido. E a nossa indústria fumageira segue a lei, trabalha de maneira controlada, com procedência. Agora o tabaco que é vendido nesses dispositivos eletrônicos ninguém sabe”, pontuou.
O segundo painel contou também com a participação do presidente do Sinditabaco, Iro Schünke; dos deputados estaduais Marcus Vinicius, Elton Weber e Edivilson Brum; do produtor rural, Giovani Weber e do vice-presidente da Rede Pampa, Paulo Sérgio Pinto. A fala final foi feita pelo presidente da Associação dos Municípios Produtores de Tabaco (Amprotabaco), Vinícius Pegoraro.
O Fórum Tabaco – Desafios e oportunidades no Brasil, desta quarta-feira (28), teve auditório cheio do início ao fim e foi considerado um sucesso pelos participantes, que esperam uma maior relevância nos debates sobre a regulamentação dos cigarros eletrônicos após a Expointer. O evento foi mediado pela apresentadora da TV Pampa, Gabriela Markus, e contou com a presença do diretor-executivo do Sinditabaco da Bahia, Marcos Augusto Souza.
O Brasil é o segundo maior produtor de tabaco no mundo e o maior exportador. Cerca de 90% da produção nacional é destinada ao exterior, sendo a cultura campeã de exportações no país há 30 anos. Só no Rio Grande do Sul, são mais de 130 mil produtores. Hoje em dia, no Brasil, a produção compete diretamente com o contrabando, que soma cerca de 50% do consumo de cigarros dentro do território brasileiro.