Quarta-feira, 05 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 30 de outubro de 2018
O vice-presidente eleito, general Antônio Hamilton Mourão (PRTB), disse que ainda está “sem tarefa” no processo de transição de governo, que ficará em “banho-maria” nesta semana. Ele também definiu o atual momento de Jair Bolsonaro (PSL) como um “retiro espiritual”, após vencer a disputa contra Fernando Haddad (PT) no segundo turno, realizado no último domingo.
Na segunda-feira, primeiro dia após o fechamento das urnas, Mourão estava em São Paulo. Ele não se encontrou com Bolsonaro, que teve um dia intenso em sua casa no Rio de Janeiro. Concedeu longas entrevistas a emissoras como Rede TV, Record, Bandeirantes e Globo – duas delas ao vivo. O futuro chefe do Executivo federal também discutiu com seus aliados como se dará a transição do governo em Brasília e falou com diversas lideranças políticas, inclusive de outros países.
“Por enquanto, estou sem tarefa, não tenho nenhuma missão específica”, declarou Mourão a repórteres, ao ser questionado sobre qual será a sua função na transição de governo. Ainda segundo ele, Bolsonaro está dando uma “descansada”, depois da disputa eleitoral em dois turnos:
“Neste momento, Bolsonaro está num retiro espiritual, dando uma descansada, afial esses momentos foram muito tensos, além da situação de saúde complicada [devido à facada recebida durante ato de campanha no interior mineiro no dia 6 de setembro]. Está fazendo uma reorganizada, enquanto o (deputado federal e futuro ministro da Casa Civil) Onyx Lorenzoni monta a equipe da transição. Eu vou dar um banho-maria esta semana, mas a partir da próxima segunda-feira já começa tudo em sistema ‘full-time'”.
Mourão disse que deve se encontrar com Bolsonaro na quarta ou quinta-feira da semana que vem. Até lá, segundo ele, é preciso deixar o presidente eleito continuar “em repouso”. Para o futuro vice-presidente da República, o passo inicial do governo que assumirá em janeiro será redefinir que dimensões terá a Esplanada dos Ministérios.
“A primeira medida é definir o tamanho da Esplanada e elencar os atores, de modo que isso aí facilite a própria transição, os contatos com diferentes ministérios, para que se veja o tamanho das equipes”, destacou.
Venezuela
O general da reserva do Exército também negou qualquer intenção de intervenção militar na Venezuela, mesma posição que Bolsonaro manifestou em entrevistas a canais de televisão na segunda-feira.
“Trata-se de uma ideia totalmente maluca”, ironizou. “Como é que nós vamos nos meter em uma ação militar desse tipo? Não tem nada disso. Por que nós vamos intervir militarmente na Venezuela? Jamais! Até porque é algo que foge da nossa própria visão de política externa. A gente não aceita intervenção no nosso país, assim como não vamos intervir nos outros.”