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Mundo G20 no Brasil pede cessar-fogo em Gaza e defende “boa vizinhança” entre Rússia e Ucrânia

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Documento final do G20 também defendeu que o Conselho de Segurança da ONU seja ampliado. (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

A declaração final da Cúpula do Líderes do G20 defendeu um cessar-fogo na guerra que assola a Faixa de Gaza, pedindo uma solução de dois Estados para a região e a expansão da ajuda humanitária no território palestino e no Líbano. O mesmo tom de urgência, no entanto, não esteve presente no parágrafo que versa sobre a guerra entre Ucrânia e Rússia no Leste Europeu — pedindo apenas “relações pacíficas” e “boa vizinhança” entre os dois países.

Para o primeiro caso, o comunicado conjunto dos chefes de Estado das 21 maiores economias do mundo diz expressar “profunda preocupação com a situação humanitária catastrófica na Faixa de Gaza e a escalada no Líbano”.

“Enfatizamos a necessidade urgente de expandir o fluxo de assistência humanitária, reforçar a proteção de civis e exigir a remoção de todas as barreiras à prestação de assistência humanitária em escala”, continua o texto.

O texto, então, pede que seja implementada a solução de dois Estados na região, um israelense e outro palestino:

“Afirmando o direito palestino à autodeterminação, reiteramos nosso compromisso inabalável com a visão da solução de dois Estados, onde Israel e um Estado palestino vivam lado a lado, em paz, dentro de fronteiras seguras e reconhecidas”. “Estamos unidos em apoio a um cessar-fogo em Gaza”, diz a declaração final do G20.

Já no parágrafo da guerra Ucrânia, o tom é mais ameno. A Rússia, que não é citada no documento, é um dos países que integram o G20, e o conflito foi um dos temas que precisou ser tocado com cuidado na elaboração do texto final.

“Destacamos o sofrimento humano e os impactos negativos adicionais da guerra no que diz respeito à segurança alimentar e energética global, cadeias de suprimentos, estabilidade macrofinanceira, inflação e crescimento”, diz o comunicado, relembrando que o conflito já havia sido mencionado na declaração final da cúpula do ano passado, presidida pela Índia.

O documento saúda “todas as iniciativas relevantes e construtivas que apoiam uma paz abrangente” e pede para que os princípios da carta da ONU promovam “relações pacíficas, amigáveis e de boa vizinhança entre as nações”.

Conselho da ONU

O documento final do G20 defendeu que o Conselho de Segurança da Nações Unidas (ONU) seja ampliado para ter maior representação de regiões como África, Ásia-Pacífico, América Latina e Caribe. Essa era uma das principais reivindicações da presidência brasileira no grupo, dentro da prioridade de reforma da governança global.

No texto, divulgado ao final do primeiro dia do encontro, na segunda-feira (18), o fórum internacional se compromete em reformar o colegiado para que ele tenha mais força a fim de evitar a escalada de conflitos pelo mundo.

“Nós nos comprometemos a reformar o Conselho de Segurança por meio de uma reforma transformadora que o alinhe às realidades e demandas do século XXI, que o torne mais representativo, inclusivo, eficiente, eficaz, democrático e responsável, e mais transparente para toda a comunidade das Nações Unidas”, diz o texto.

Ele continua: “Reivindicamos uma composição ampliada do Conselho de Segurança que melhore a representação das regiões e grupos sub-representados e não representados, como a África, Ásia-Pacífico e América Latina e Caribe.”

Ainda na linha da reforma da governança global, o G20 acordou na declaração final do grupo em dar mais força à Assembleia Geral da ONU, fazendo também com que ela seja mais integrada ao Conselho de Segurança. “Nós nos comprometemos a revigorar a Assembleia Geral por meio do fortalecimento de seu papel, como principal órgão deliberativo, formulador de políticas e representativo das Nações Unidas”, diz o communiqué final.

O texto emenda afirmando que o fortalecimento da Assembleia Geral da ONU servirá para a “manutenção da paz e segurança internacional, por meio de uma interação aprimorada e intensificada com o Conselho de Segurança”.

Por fim, o documento também defende o aumento das nomeações de candidatas mulheres para o cargo de presidente da Assembleia Geral.

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