Durante reunião do Gabinete de Crise sobre os protestos pós-eleições, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) do Rio Grande do Sul informou que não havia bloqueios em rodovias nesta quarta-feira (16), nem protestos capazes de inibir o direito de ir e vir em cidades gaúchos.
O principal ponto de atenção está no Centro Histórico de Porto Alegre, onde persistia o bloqueio de uma quadra na avenida Padre Tomé, em frente ao Comando Militar Sul.
De acordo com a Brigada Militar (BM), por volta das 15h havia cerca de 40 pessoas no local. Em decisão unânime, o colegiado concordou em ampliar as negociações com os manifestantes para desobstrução da via. A ideia é avançar especialmente no que se refere à retirada de estruturas físicas como barracas.
Decisão do Supremo
Na última sexta-feira (11), o Supremo Tribunal Federal (STF) emitiu decisão para que sejam efetuadas ações de desbloqueio de todas as vias ocupadas por manifestantes no país. O governador ressaltou que a medida está sendo acatada. Disse também que a estratégia utilizada para a desobstrução da via da capital é o diálogo, de forma a assegurar a integridade física de todos, uma vez que boa parte do público é de idosos, mas também assegurar o cumprimento da decisão judicial.
“Vamos ampliar a negociação com os manifestantes e seguir nessa linha do convencimento até a liberação total da via, conforme indica a lei. Os órgãos de segurança do gabinete de crise também trabalham, de forma integrada, na identificação, para eventual responsabilização, das pessoas que financiam toda a infraestrutura que ainda mantém esses protestos”, disse o governador.
Ações da Brigada Militar
O comandante-geral da BM, coronel Cláudio dos Santos Feoli, detalhou as ações que estão sendo tomadas em Porto Alegre por parte da sua corporação. “Tivemos êxito em todos os desbloqueios no Estado, pois atuamos de forma conjunta. Na capital, estamos monitorando diariamente a Padre Tomé e as imediações, além de termos contatos direto com todos as demais forças de segurança. As manifestações com um maior número de pessoas são sazonais no local. Por isso, estamos investindo na negociação com os manifestantes, e o número de pessoas está reduzindo”, afirmou.
A Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), que é responsável pela gestão da mobilidade em Porto Alegre, esteve presente no encontro. “A aglomeração de pessoas é restrita à Padre Tomé e, no momento, não apresenta relevância para o trânsito do entorno”, afirmou o diretor-presidente da EPTC, Paulo Ramires.
Para o procurador-geral de Justiça do RS, Marcelo Dornelles, as ações do Gabinete de Crise estão sendo bem conduzidas e atendem à legislação. “A negociação e a mediação adotadas atendem ao cumprimento da determinação do STF de buscar a desobstrução. Acredito que o trabalho das forças de segurança está sendo bem conduzido na capital para alcance do resultado esperado dentro da prudência para minimizar riscos”, afirmou.
O Gabinete de Crise
Coordenado pelo governador Ranolfo Vieira Júnior, o Gabinete de Crise é um grupo de trabalho integrado formado por secretários estaduais e representantes das forças de segurança, entre outros órgãos envolvidos com o tema nas esferas federal, estadual e municipal.
O grupo é composto, por parte do Estado, pela SSP e suas vinculadas (Brigada Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros Militar, Instituto-Geral de Perícias e Departamento Estadual de Trânsito); Secretaria de Logística e Transportes (Selt); Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer); Procuradoria-Geral do Estado (PGE); Casa Civil, Secretaria de Comunicação e Defesa Civil Estadual.
Também integram o grupo de trabalho Ministério Público Estadual (MPRS), Ministério Público Federal (MPF), Polícia Federal (PF), Polícia Rodoviária Federal (PRF), Forças Armadas, Agência Brasileira de Inteligência (Abin), EPTC e Sulpetro.