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Gabinete de Guerra de Israel defende responder ataque do Irã; dúvida é sobre como e quando

Gantz diz que Israel construirá uma coalizão regional para enfrentar a ameaça iraniana. (Foto: Getty)

Israel suspendeu a reunião do Gabinete de guerra sem uma decisão definida sobre como o país responderá ao ataque do Irã, após horas de discussão na tarde desse domingo (14). Segundo uma autoridade israelense que preferiu não se identificar, o Gabinete está determinado a retaliar contra a ofensiva iraniana de sábado (13), mas ainda não decidiu sobre o momento e o âmbito, completando que as Forças Armadas de Israel receberam a tarefa de elaborar opções adicionais para uma resposta.

O Gabinete de Guerra é composto pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, pelo ministro da Defesa, Yoav Gallant e por Benny Gantz, ex-comandante das Forças Armadas de Israel.

Mais cedo, Gantz, nomeado ministro do Gabinete de guerra israelense, disse que Israel construirá uma coalizão regional e “cobrará um preço do Irã da maneira e no tempo que for certo para nós”.

Separadamente, um alto funcionário do governo Biden teria dito a repórteres que Israel não está procurando uma escalada significativa no confronto com o Irã. “Acredito que Israel deixou claro para nós que não está buscando uma escalada significativa com o Irã. Isso não é o que estão buscando. Eles estão procurando se proteger e se defender”, disse o funcionário do governo americano.

A ofensiva do Irã é uma retaliação ao ataque israelense contra a embaixada iraniana na Síria. Rivais de longa data, Israel e Irã travam um duelo sangrento cuja intensidade varia conforme o momento geopolítico. Teerã é contra a existência de Israel, que, por sua vez, acusa o país inimigo de, movido pelo antissemitismo, financiar grupos terroristas. Com a guerra em Gaza, a situação só piorou.

Repercussão

Os líderes do G7, grupo dos sete países mais industrializados do mundo, também realizaram uma reunião virtual para articular uma resposta “diplomática e unida” à situação.

Após o encontro, os líderes do grupo afirmaram condenar o ataque iraniano “sem precedentes” e expressaram “total solidariedade e apoio” a Israel e sua população, reiterando o compromisso em manter a segurança do país.

A Itália, que ocupa a presidência rotativa do Grupo dos Sete, agendou uma reunião virtual com os demais membros do grupo, que, além dos EUA e da Itália, inclui Canadá, França, Alemanha, Inglaterra e Japão.

A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, afirmou na rede social X (antigo Twitter) que o governo italiano “reitera sua condenação dos ataques iranianos contra Israel”.

Os ministros de Relações Exteriores dos países que compõem a União Europeia também foram chamados pelo chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, para um encontro extraordinário para discutir a escalada do conflito.

Ataque inédito

Israel foi alvo de um ataque inédito do Irã. Mais de 300 artefatos, incluindo drones e mísseis, foram lançados contra o país. As Forças de Defesa israelenses afirmaram que conseguiram interceptar 99% dos artefatos lançados. Entretanto, a mídia iraniana disse que mísseis conseguiram furar a proteção israelense.

A agressão iraniana é uma resposta ao bombardeio de Israel à embaixada do país na Síria.

Militares do Irã ameaçaram uma ofensiva ainda maior se Israel contra-atacar. O governo iraniano também disse que pode atingir bases dos Estados Unidos caso Washington apoie uma retaliação israelense.

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