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Gás residencial sobe mais do que o dobro da inflação em um ano

As vendas de gás de botijão já caíram 4% de janeiro a julho, segundo dados do sindicato do setor. (Foto: Marcello Casal jr/Agência Brasil)

O gás de cozinha substituiu a energia elétrica no papel de vilão do orçamento doméstico. Nos últimos 12 meses, o gás encanado acumula alta de 26,29%, e o gás de botijão, de 21,36%. Ambos subiram mais que o dobro da inflação no período (10,07%). Para o consumidor, a saída tem sido adotar estratégias para reduzir custos: do banho cronometrado (ou gelado) à gastronomia de air fryer.

As vendas de gás de botijão já caíram 4% de janeiro a julho, segundo dados do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás).

No ano passado, diante da maior seca em 90 anos, as contas de luz foram às alturas, com o acionamento emergencial de todo o parque de termelétricas no País. Neste ano, com o aumento do volume de chuvas e a aprovação no Congresso Nacional de um limite de 17% (ou 18%, a depender do estado) sobre o ICMS de combustíveis e energia elétrica, houve redução na conta de luz. Em 12 meses, a queda foi de 10,77% na energia elétrica residencial.

No último mês, a Petrobras fez duas reduções no preço do diesel e três no da gasolina. O limite no ICMS também ajudou a aliviar a pressão. Mas, no caso do gás, Sérgio Bandeira de Mello, presidente do Sindigás, afirma que a queda do imposto não teve impacto tão significativo: “A questão fiscal teve impacto, mas não é comparável com diesel e gasolina. A alíquota do GLP (gás liquefeito de petróleo) no Rio já estava em 12%, portanto, não afetou tanto o produto. Na média, o impacto da redução do ICMS no GLP foi de queda de R$ 2,50 a R$ 2,60 por botijão”.

Desde o início do mês, parte das famílias que recebem o Auxílio Brasil – no valor de R$ 600 deste mês até o fim do ano – começou a receber o vale-gás em valor integral.

Ao todo, 5,6 milhões de lares do País receberão o vale de R$ 110 a cada dois meses para a compra do botijão de 13kg.

Criatividade

Na casa da professora Sibele Goulart, em Curitiba, no Paraná, air fryer e micro-ondas substituíram o forno e o fogão na maioria das refeições. Os banhos ficaram mais frios e com horário marcado para economizar. “Às vezes, tenho a sensação de que se tivesse fogão a indução gastaria menos que com o fogão a gás, cuja conta saiu por R$ 240 este mês. No fim do ano passado, ficava entre R$ 60 e R$ 80”, afirma Sibele, comparando o valor da conta de luz, que tem vindo entre R$ 80 e R$ 100.

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