Quarta-feira, 27 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 26 de outubro de 2017
As despesas de brasileiros no exterior cresceram 32,6% em setembro deste ano, para US$ 1,71 bilhão, informou nesta quinta-feira (26) o Banco Central. Esse é o maior valor para o período em três anos. No mesmo mês de 2016, esses gastos somaram US$ 1,29 bilhão.
As despesas de brasileiros lá fora crescem em um período no qual o dólar está mais comportado. Em 2016, entre janeiro e agosto, a cotação da moeda variou entre cerca de R$ 4 e R$ 3,20. Neste ano, a variação é bem menor. A moeda começou cotada por volta de R$ 3,27, chegou a R$ 3,30 no final de junho, após tensões políticas, e baixou para R$ 3,15 no fim de agosto. No fim de setembro, foi cotado a R$ 3,16.
A queda do dólar deixa mais baratas as despesas no exterior, como hotéis e passagens, por exemplo. Além do dólar, o início da retomada do crescimento na economia brasileira, registrada nos dois primeiros trimestres deste ano, também favorece as viagens ao exterior, segundo analistas.
No acumulado dos nove primeiros meses de 2017, ainda de acordo com dados do BC, as despesas de brasileiros no exterior somaram US$ 14,14 bilhões, com aumento de 35% em relação ao mesmo período do ano passado, quando chegaram a US$ 10,48 bilhões.
Gastos de estrangeiros no Brasil
Em setembro deste ano, de acordo com o Banco Central, os estrangeiros gastaram US$ 407 milhões no Brasil. O montante representa uma queda frente ao valor registrado no mesmo mês de 2016 (US$ 443 milhões).
Já no acumulado dos nove primeiros meses deste ano, os gastos de estrangeiros no Brasil totalizaram US$ 4,36 bilhões – também com recuo frente ao mesmo período do ano passado, quando somaram US$ 4,66 bilhões.
Contas externas
As contas externas brasileiras registraram um superávit de US$ 434 milhões em setembro deste ano, informou o Banco Central nesta quinta-feira. Esse foi o melhor resultado para o mês desde 2007.
Também chamada de conta de transações correntes, as contas externas são formadas pela balança comercial (comércio de produtos entre o Brasil e outros países), pelos serviços (adquiridos por brasileiros no exterior) e pelas rendas (remessas de juros, lucros e dividendos do Brasil para o exterior).
Os números do BC mostram que a melhora do resultado das contas externas brasileiras neste ano está relacionada principalmente com os bons números da balança comercial, que registrou um superávit (exportações maiores do que importações) de US$ 4,9 bilhões em setembro, contra um saldo positivo de US$ 3,6 bilhões no mesmo mês do ano passado.
Já no acumulado dos nove primeiros meses deste ano, as contas externas registraram déficit de US$ 2,7 bilhões. Apesar do resultado negativo, o déficit foi bem menor do que o registrado no mesmo período do ano passado (-US$ 13,59 bilhões).
Para todo o ano de 2017, o Banco Central estima um déficit em transações correntes de US$ 16 bilhões. No ano passado, o rombo das contas externas somou US$ 23,5 bilhões, melhor resultado para um ano fechado desde 2007.