A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou nesta sexta-feira (26), que são necessários US$ 31,3 bilhões — cerca de R$ 170 bilhões — nos próximos 12 meses para bancar os investimentos contra a pandemia do novo coronavírus. O orçamento faz parte do Acelerador de Acesso às Ferramentas da Covid-19 (ACT, na sigla em inglês), grupo de cooperação global que busca um rápido desenvolvimento de testes, vacinas e tratamentos para distribui-los de forma igualitária à população mundial.
Até o momento, a iniciativa arrecadou US$ 3,4 bilhões, valor que corresponde a aproximadamente 10% do total. Segundo a entidade, outros US$ 13,7 bilhões são “urgentemente necessários” para atingir as metas imediatas de contenção do vírus, programadas para os próximos seis meses.
“Está claro que, para controlar a Covid-19 e salvar vidas, precisamos encontrar vacinas, testes e tratamentos eficazes, em quantidade e velocidade sem precedentes. E está claro que, como todas as pessoas correm risco de contrair a Covid-19, todos precisam ter acesso às ferramentas para prevenir, detectar e tratar a doença — não apenas aqueles que podem pagar por isso”, afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
Mais da metade das despesas previstas — US$ 18, 1 bilhões — está direcionada a pesquisas, fabricação e distribuição de uma vacina que se mostre segura e eficaz contra o coronavírus. Caso um imunizante atinja esse objetivo em um “futuro próximo”, a estimativa do ACT é de entregar dois bilhões de doses até o fim de 2021.
A corrida por uma vacina eficaz e segura inclui mais de 200 candidatas ao redor do mundo. A mais adiantada, porém, é a desenvolvida pela Universidade de Oxford, em parceria com a biofarmacêutica AstraZaneca. Ela está sendo testada no Brasil desde o último fim de semana, na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). De acordo com o ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, o País está próximo de um acordo para produzir o imunizante em território nacional.
Cientista-chefe da OMS, Soumya Swaminathan mostrou otimismo com o produto. “Eles avançaram para a fase 2 do ensaio clínico e já estão planejando a fase 3 em vários países. Esperamos ter, muito em breve, os resultados dos testes em humanos”, comentou.
Testes e tratamentos
O resto do montante necessário para as ações de combate à Covid-19 se divide da seguinte forma: US$ 7,2 bilhões para tratamento e R$ 6 bilhões para testes de diagnóstico. A meta da entidade é adquirir e distribuir, no prazo de um ano, 245 milhões de medicamentos que sejam eficazes e seguros contra todos os estágios da doença, sobretudo para países de baixa e média renda. Até o momento, o corticoide dexametasona é o mais promissor para tratar a doença, mas serve apenas para pacientes graves.
Em relação aos testes para detecção da Covid-19, a OMS planeja fornecer 500 milhões de unidades a países de baixa e média renda nos próximos 12 meses. Do total, 85 milhões precisam ser entregues em até seis meses para cobrir “necessidades imediatas” nesses locais.