Domingo, 22 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 17 de setembro de 2024
Em ação conjunta com autoridades de Santa Catarina, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) deflagrou a segunda fase da operação “Anúncio Fake”. No foco está um esquema de falsos anúncios de alugueis de imóveis no verão em Bombinhas e Balneário Camboriú, no Litoral do Estado vizinho.
Mais de 40 agentes de ambos os lados da divisa cumpriram seis mandados de prisão e sete de busca e apreensão em nove alvos em Porto Alegre e nos municípios de Alvorada e Esteio (Região Metropolitana da Capital). As ordens judiciais abrangeram, ainda, indisponibilidade de bens como imóveis e veículos, além do bloqueio de contas bancárias e de criptomoedas. Também foi recolhido 1,4 quilo de maconha.
A primeira operação, com dois mandados de prisão e seis de busca e apreensão, havia sido realizada um ano antes pela promotoria catarinense especializada em crimes cibernéticos, mirando o Rio Grande do Sul e São Paulo. Com a análise de materiais então apreendidos, foi possível identificar outros integrantes e “laranjas” de uma organização criminosa que centralizava as ações a partir da Região Metropolitana de Porto Alegre.
Os golpistas – que teriam iniciado o esquema em 2018 – utilizavam dados de anúncios e de imóveis verdadeiros para dar maior credibilidade aos anúncios na internet e outras plataformas virtuais. Dentre os crimes apurados estão estelionato eletrônico, lavagem de capitais e organização criminosa.
Após a utilização de técnicas de investigação cibernética, também foi possível identificar indivíduos que emprestavam suas contas bancárias para a quadrilha realizar a lavagem de dinheiro. No inquérito constam diversos prejuízos financeiros às vítimas, que ainda amargavam a frustração de seus planos de veraneio. O número exato de prejudicados está sendo contabilizado.
Essa fase da operação ainda teve como foco a chamada persecução penal (ação que visa combater a corrupção e o crime organizado, além de reparar os danos causados às vítimas). Até o momento, ao menos R$ 150 mil foram identificados nas contas bancárias dos investigados. O montante final será indisponibilizados pela Justiça.
Colaboração interestadual também no Judiciário
Iniciativas relacionados à soma de esforços entre os dois Estados não se resume ao Ministério Público. Nesta semana, o 1º Vice-Presidente do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS), desembargador Ícaro Carvalho de Bem Osório, recebeu em Porto Alegre uma visita de cortesia do colega Cid José Goulart Júnior, que exerce a mesma função em Santa Catarina.
Durante a audiência foram tratados temas alusivos à troca de experiências e o intercâmbio de projetos entre os Tribunais. “Temos uma ampla parceria com o Judiciário catarinense, assim como em relação às demais Cortes estaduais, atuando conjuntamente em prol da sociedade”, destacou o magistrado gaúcho.
(Marcello Campos)
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