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Gemini 2.0: entenda como vai funcionar a nova versão da inteligência artificial do Google

Tecnologia ocupará papel central nos produtos com inteligência artificial do Google. (Foto: Reprodução)

O Google anunciou o lançamento de um modelo mais avançado de Inteligência Artificial (IA), que promete aprimorar os serviços do buscador, com mais agilidade e precisão nas respostas. O Gemini 2.0 será a nova tecnologia central por trás de produtos e experimentos da empresa e servirá de base para um protótipo de agente de IA, o Mariner, que realizará tarefas complexas para o usuário

As ações da Alphabet, dona do Google, fecharam ontem em alta de 5,46%, cotadas a US$ 196,71, atingindo um novo recorde histórico após o lançamento do Gemini 2.0.

“No último ano, temos focado no desenvolvimento de modelos ainda mais ‘proativos’, ou seja, capazes de entender melhor o mundo ao seu redor, pensar vários passos à frente e agir por você, sempre com a sua supervisão”, disse, em nota, o CEO do Google e da Alphabet, Sundar Pichai.

O anúncio trouxe à tona o conceito de “agente de IA”, programa que além de entregar respostas a comandos, como fazem os chatbots, também seria capaz de realizar tarefas complexas, com cada vez menos supervisão humana.

A ideia é que, ao digitar solicitações no Mariner, será possível que o agente realize ações pelo usuário, como fazer compras on-line ou organizar planilhas, como explicou Jaclyn Konzelmann, gerente de projetos do Google, em entrevista ao The New York Times.

Para isso, o Mariner seria capaz de compreender e processar informações na tela do navegador, incluindo pixels e elementos como texto, código de programação, imagens e formulários, e utilizaria as informações através de uma extensão do Chrome para realizar tarefas para o usuário.

Nova versão do Astra

O Gemini 2.0 também promete aprimorar os mecanismos de busca, incluindo os resumos de IA, com o dobro da velocidade e novos recursos como a geração nativa de imagens, vídeos e áudios, além de uma maior integração entre os diversos aplicativos da Google.

A gigante da tecnologia também anunciou a versão mais recente do Projeto Astra – IA que utiliza a câmera de um smartphone para realizar uma série de ações, como identificar objetos – para criar um assistente virtual para smartphone integrado ao Google Pesquisa, ao Lens e ao Maps,.

Para o CEO Sundar Pichai, o Gemini 2.0 está “abrindo caminho para agentes de IA ainda mais sofisticados, que nos aproximam do objetivo de criar um assistente universal”.

Alguns especialistas acreditam que os novos experimentos e atualizações levam o Google a um movimento de se tornar cada vez mais um assistente com respostas prontas, como o ChatGPT, da OpenAI, em vez de direcionar os usuários para outros sites e plataformas de conteúdo, como portais de notícia.

É o que pensa Fabro Steibel, diretor-executivo do Instituto Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro (ITS Rio). Para ele, quanto mais interações e respostas o buscador entregar com a IA, e quanto mais ele direcionar os comandos para os próprios aplicativos do Google, menos os usuários irão acessar os sites e portais disponíveis com a busca.

“O Gemini vai começar ali no browser do Chrome e vai gradativamente entrando em outros aplicativos. O lançamento está acompanhando as tendências que outras empresas já fizeram, não é uma inovação enorme. Mas para um ecossistema de busca, isso causa uma mudança grande, porque a grande forma de remuneração na internet é o anúncio. Mas ninguém quer entrar no site para ver anúncios. A pessoa quer informação. Se a ferramenta do Google já apresentar as informações, pode diminuir a quantidade de entradas nos sites e as receitas”, explicou.

A Associação Nacional de Jornais (ANJ) já mostrou preocupação com o tema, pelo receio de que as novas funcionalidades de IA testadas pelo Google possam diminuir a visibilidade de portais de notícia dentro do buscador. A ANJ também questiona se os direitos autorais serão respeitados e uso dos conteúdos, remunerados.

Sem remuneração justa

“A ANJ tem manifestado sua profunda preocupação com o modus operandi da inteligência artificial na sua relação com os conteúdos jornalísticos. Além de os modelos não remunerarem – com algumas poucas exceções – os produtores de jornalismo usados como fontes nas suas respostas, iniciativas novas acabam por reduzir ainda mais a visibilidade dos veículos, como é o caso do Gemini. A ANJ se alinha a entidades internacionais de jornalismo na busca da valorização dos veículos jornalísticos e a devida remuneração pelo uso de seus conteúdos, que têm propriedade e direitos autorais”, se posicionou a associação em nota.

 

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