Quarta-feira, 04 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 2 de dezembro de 2024
Autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, a transferência do general Mário Fernandes do Rio de Janeiro para Brasília trouxe um grande “alívio” a seus familiares e a militares próximos. A mudança, vista como uma medida necessária por aqueles que acompanham o caso, proporcionará ao general condições mais favoráveis de acompanhamento familiar, considerando que sua esposa e filhos residem na capital federal.
Detido desde o dia 19 de novembro no alojamento da Chefia do Estado-Maior da 1ª Divisão de Exército, localizado na Vila Militar do Rio, Fernandes vivia momentos de tensão e preocupação, conforme relataram pessoas próximas. Além da distância de sua família, o local onde estava preso era um ambiente que ele conhecia bem, já que trabalhou ali durante dois anos nas Olimpíadas, o que tornava a experiência de reclusão ainda mais angustiante.
A decisão de Moraes abre caminho para que tanto Fernandes quanto o tenente-coronel Rodrigo Bezerra de Azevedo sejam transferidos para as instalações do Comando Militar do Planalto, em Brasília. A mudança permitirá que ambos tenham mais proximidade de suas famílias, incluindo visitas regulares de esposas e filhos, algo que não era viável durante a detenção no Rio.
Mário Fernandes é um dos 37 indiciados pela Polícia Federal no inquérito que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado. Ex-secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência durante o governo de Jair Bolsonaro, ele enfrenta graves acusações relacionadas ao plano chamado “Punhal Verde e Amarelo”.
Segundo as investigações, o esquema idealizado por Fernandes previa ações extremas, incluindo os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente Geraldo Alckmin, e do próprio ministro Alexandre de Moraes, que à época também era presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Tais acusações colocam Fernandes no centro de uma das investigações mais sensíveis e complexas dos últimos anos, o que torna a transferência para Brasília uma decisão que busca equilibrar o rigor da lei com o respeito às condições humanitárias de detenção.
Com a mudança, a defesa do general acredita que será possível acompanhar o processo de forma mais eficaz, ao mesmo tempo em que ele se mantém próximo de seus entes queridos.