O general da reserva Eduardo Rocha Paiva virou alvo do Twitter do presidente da República, Jair Bolsonaro, que o chamou de “melancia” em um post publicado no último domingo (21). No caso, o termo seria uma referência ao aspecto da fruta: verde por fora (cor característica do uniforme militar) e vermelho por dentro (uma alusão ao comunismo).
Com o ataque via rede social, o general da reserva expandiu o seu histórico de embates com a família do presidente brasileiro. Anteriormente, ele já havia atraído a atenção de Carlos Bolsonaro, que o classificou como “pau-mandado” do escritor Olavo de Carvalho e “idiota inútil” em mensagens destinadas a um grupo de WhatsApp.
Carlos respondeu, sem mencionar o nome do general, que ele fazia parte de um grupo de militares que “nunca lideraram nem guerra de travesseiros”. Ainda o definiu como um “recruta” que “jamais abriu significativamente a boca quando o PT assaltava o País”.
Sobre Eduardo Bolsonaro, o general disse que a polêmica indicação do deputado federal para a embaixada do Brasil nos Estados Unidos seria um “suicídio de reputação”.
Rocha Paiva tem doutorado em Aplicações, Planejamento e Estudos Militares na Escola de Comando de Estado-Maior do Exército. Soma-se ao currículo um mestrado e duas pós-graduações, além da vivência como instrutor da Aman (Academia Militar das Agulhas Negras) e outras duas instituições militares de ensino.
Na caserna, o general comandou o 5º Batalhão de Infantaria Leve em Lorena, no interior de São Paulo. O militar também ganhou notoriedade pelas críticas à ex-presidente da República Dilma Rousseff (PT). Em 2012, ele disse à colunista Míriam Leitão, do jornal O Globo, que duvidava da tortura sofrida por Dilma durante a ditadura militar no Brasil.
No prefácio da nona edição de “A Verdade Sufocada” (2006), livro de Ustra já mencionado por Bolsonaro, Rocha Paiva parabenizou o ex-chefe do DOI-CODI pelo exemplo e por personificar “virtudes de coragem moral e física, perseverança e patriotismo”.
No mesmo texto, o militar atribuiu ao PT o que classifica como uma “campanha de relativização de valores e enfraquecimento da família no Brasil”. O general também chegou a se referir publicamente ao governo de Dilma como uma “abjeta máfia”.