Sexta-feira, 25 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 14 de junho de 2020
Santos Cruz (foto) comparou a situação dos militares com a do ex-ministro da Justiça Sérgio Moro, que precisou pedir demissão da carreira de juiz para integrar o governo
Foto: Marcello Casal Jr./Agência BrasilO general Carlos Alberto dos Santos Cruz, ex-ministro-chefe da Secretaria de Governo do presidente Jair Bolsonaro, defendeu neste sábado (13) que militares da ativa do governo passem para a reserva. Segundo ele, pelo número de militares e pelo posto que ocupam, a sociedade acaba “confundindo” e achando que há fusão de “imagem institucional e governamental”.
“Fica um vínculo até visual, porque ontem [o militar] estava em traje civil servindo ao governo e hoje está de uniforme comandando um alto escalão qualquer”, disse o general durante a live “Direitos Já! Fórum pela Democracia”.
Santos Cruz comparou a situação dos militares com a do ex-ministro da Justiça Sérgio Moro, que precisou pedir demissão da carreira de juiz para integrar o governo. “No meio militar você tem pessoas da ativa à disposição do governo. Ele continua na ativa. É muito melhor passar para a reserva.”
Para o general, o Congresso, em diálogo com autoridades militares, deve propor melhorias na legislação. “Tem que mexer nisso aí. Por que uma carreira de Estado do Judiciário vai para uma função de ministro e tem que pedir demissão? E por que a outra vai para o governo e continua no mesmo processo?”
O desejo de ir para a reserva foi manifestado pelo ministro da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos, em entrevista à revista Veja publicada na última sexta-feira (12).
Responsável pela articulação política do Planalto com o Congresso, Ramos tem sido criticado por sua participação em atos que pedem o fechamento do Congresso e do Supremo e participação direta na negociação de cargos para o Centrão, nova base de apoio ao presidente Jair Bolsonaro no Congresso em que um em cada quatro deputados é investigado ou responde por crimes ou ações por improbidade administrativa com dano ao erário e enriquecimento ilícito.
Na entrevista, o ministro declarou que está optando pela aposentadoria por acreditar “que o governo deu certo e vai dar certo”.