Para começo de conversa, lembro que a palavra sindicato tem origem na expressão francesa: syndicat, que significa “união”. Seu surgimento aconteceu durante a Revolução Industrial na Inglaterra (século XVIII), onde essas associações eram chamadas de “trade unions”.
Feito o registro, vamos ao ponto central desse texto. Ele é fruto de um artigo publicado recentemente por um conhecido jornalista brasileiro com o intuito de atacar, por motivos próprios ou outros, um dos pilares das conquistas dos trabalhadores brasileiros: os sindicatos.
Será que foi por falta de memória que ele esqueceu de históricas conquistas do movimento sindical brasileiro? Para todos lembrarem e anotarem:
Começando com uma reivindicação emblemática, o salário mínimo, que foi uma bandeira da greve de 1917 e sacramentado em 1936. Outras vitórias dos sindicatos: 13º salário implementado em 1960, férias fruto da aprovação da CLT em 1943 e, no ano de 1972, benefício chegou aos trabalhadores domésticos.
Tem mais: jornada de 8h por dia, repouso semanal remunerado, seguro desemprego, FGTS, estabilidade dos trabalhadores. Sublinho uma conquista vital para os que atuam na construção civil.
Normas regulamentadoras sobre saúde e segurança nos locais de trabalho e condições de segurança no trabalho. Destaco que as NRs são debatidas entre trabalhadores, empresas e governo, pautadas nas demandas mapeadas pelos sindicatos com foco na defesa dos trabalhadores.
Para além da narrativa, registro aqui o incontestável trabalho realizado pelo Sticc para seus associados e familiares. Nos últimos dez anos, foram 5875 atendimentos na área médica/odontológica. No capítulo educação (formação e qualificação) mais de 5.600 horas. Na defesa dos direitos da categoria, leiam-se homologações de rescisões, orientação jurídica e fiscalização de canteiros 21.650. Não tem erro de digitação. Esses são os números.
O interesse em enfraquecer a união dos trabalhadores na defesa dos avanços já conquistados e novas pautas com certeza não irá reverberar nas lideranças públicas e empreendedores com cultura e atitudes éticas e comprometidos com um mundo para todos.
Voltando ao jornalista e uma minoria que “pensa” com o arcaico software a conclusão é óbvia. Generalizar virou um hábito, é mais fácil. Difícil é largar o pensamento raso.
Gelson Santana, presidente do Sticc, Secretário Nacional da Ugt do setor da construção civil, membro do GT Relações entre trabalhadores e empregadores do Ministério do Trabalho