“Em nenhuma parte do Brasil a formação da família se processou tão aristocraticamente como entre canaviais…”
Gilberto Freyre
Gilberto Freyre, antropólogo de excepcional senso de observação revelando a formação do Brasil, foi um minucioso colecionador, tanto das peças reunidas no Solar de Apipucos, como das ilustrações de colaboradores como o escritor Manoel Bandeira e os pintores Vicente do Rego Monteiro e Cicero Dias, assim como outros amigos de toda vida. Igualmente, seus desenhos e pinturas, traços e pinceladas atraentes que valem como registros de situações e personagens do cotidiano, foram guardados.
Parte deste acervo compõe a exposição “Gilberto Freyre – Vida, forma e cor”, com a categorizada curadoria de Clarissa Diniz, Fernanda Areas Peixoto, Jamille Barbosa e Leonardo Borges, nos salões da Caixa Cultural de São Paulo.
Durante o vernissage, na última semana, tive oportunidade de percorrer os diversos recantos acompanhado por Leonardo Borges e Silvia Balady, conhecendo mais a respeito do Mestre de Apipucos. O acervo de desenhos, livros, correspondências e fotos se completam com um vídeo de Jonathas Andrade feito com um antigo funcionário do solar e reproduzindo um filme anterior com registros do cotidiano de Gilberto. A mostra evidencia talento na montagem, e a visita, além de cultural, é prazerosa. Quem passar por São Paulo pode conferir até 10 de junho.