Sexta-feira, 29 de novembro de 2024
Por Cláudio Humberto | 19 de dezembro de 2022
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Se em Brasília houvesse esquinas, dobraria o quarteirão a fila para “um minutinho” de conversa com os ministros Gilmar Mendes e Dias Toffoli a pedido de candidatos à próxima vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), a ser aberta pela aposentadoria compulsória do Ricardo Lewandowski, que completa 75 anos em março. Gilmar e Toffoli são assediados em razão de suas relações com o futuro presidente.
Maior liderança
Além da relação pessoal com Lula, como mostraram no recente almoço em Lisboa, Gilmar é o decano e a maior liderança do STF.
Poder de influência
Dias Toffoli se mantém afastado do PT, mas tem história no partido, onde atuou como advogado, e foi ministro da AGU no governo Lula.
Aliados palpitam
Desde os dois primeiros governos, Lula cultiva o hábito de consultar aliados no STF para a escolha de novos ministros.
Filtro de expert
Lula fazia seu ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos selecionar candidatos ao STF, e consultava Nelson Jobim para definir o escolhido.
Só os benefícios já valem boquinha no BNDES
Além de um salário que pode chegar a R$265 mil num só mês, o ex-ministro petista Aloizio Mercadante poderá, como futuro presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), desfrutar dos melhores benefícios que uma empresa estatal brasileira pode oferecer. Além de alimentação, adicionais etc., Mercadante terá plano de previdência pago pelo banco, plano de saúde perpétuo e até seguro de vida “alinhado aos níveis salariais dos empregados”.
Fortuna mensal
O salário mensal regular do presidente do BNDES é de R$81 mil segundo a Transparência do banco público.
Dois ministros do STF
O teto salarial no setor público é de R$46 mil, salário dos ministros do STF a partir do ano que vem.
Discreto e farto
Não precisa nem ser presidente do BNDES. Oito dos nove membros da diretoria ganham R$74 mil/mês, onde o menor salário é de R$ 67 mil.
Cautela
Governadora eleita de Pernambuco, Raquel Lira (PSDB), não declara oposição a Lula. Por ora e sem saber exatamente como está o caixa do Estado, por quase 20 anos nas mãos do PSB, fala atitude independente.
O Lobo Mau
O futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem se esforçado para reduzir os temores com a sua designação. Mas o mercado compara isso ao discurso do Lobo Mau na história do Chapeuzinho Vermelho.
Ganhou, mané
Justiça seja feita: Haddad é o primeiro integrante do futuro governo a mostrar que desceu do palanque. Todos os demais, inclusive Lula, agem como se ainda estivessem em campanha eleitoral.
Cabo eleitoral
Relator da PEC Fura-teto e senador não reeleito, Alexandre Silveira (PSD-MG) arrumou um cabo eleitoral para tentar vaguinha no futuro ministério. Trata-se de Davi Alcolumbre (União-AP).
Maior mordomia
Lula deve permanecer até fevereiro no Meliã, um dos mais caros hotéis no centro de Brasília. Ficará acomodado em luxuosa suíte enquanto aguarda o melhor momento para ocupar as residências oficiais.
No radar
Movimentos da Marília Arraes para ser o nome do Solidariedade para ocupar a Esplanada foram interceptados pelo presidente do partido, Paulinho da Força, que quer levar o próprio nome para a vaga.
Água fria
Não foi bem recebida no PDT a notícia de que o Ministério do Trabalho deve ficar sob comando do PT. Esta era uma das pastas cobiçadas por pedetistas que já teve até o cacique Carlos Lupi no comando.
Trambolho
Deu trabalho acomodar no caminhão de mudanças uma escultura de madeira de uma moto, que Bolsonaro ganhou de um admirador. É como encomendar a um viajante a compra de um saco de tacos de golfe.
Pensando bem…
…o recesso parlamentar coincide com o recesso do judiciário, mas o com o lobby a todo vapor.
PODER SEM PUDOR
Como enganar o vice
Prestes a viajar ao exterior, o presidente Juscelino Kubitschek foi advertido pelo seu ministro da Casa Civil, Antonio Balbino: atos pendentes seriam assinados pelo vice, João Goulart. O mais importante era o preenchimento de uma ambicionada vaga de tabelião de notas no Rio de Janeiro. JK pediu uma lista telefônica de Curitiba, correu os dedos numa página qualquer e se fixou num nome repleto de consoantes. Acrescentou outras e ordenou: “Faça o ato de nomeação desse sujeito aqui.” O ministro estranhou: “Mas, presidente, ninguém vai encontrar essa pessoa para a posse…” JK sorriu, mineiramente: “Exato. Quando eu voltar, revogarei o decreto e nomearei outro.”
Com André Brito e Tiago Vasconcelos
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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