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Por Redação O Sul | 20 de outubro de 2022
Condenado em segunda instância por abuso sexual de pacientes, o ginecologista e obstetra Edison Natal Fedrizzi teve o registro profissional cassado, informou o Conselho Regional de Medicina de Santa Catarina (CRM-SC). Com a decisão, ele também foi afastado do cargo de professor do curso de medicina da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Desde agosto, alunos questionavam a presença, em salas de aula, de profissional docente em tal situação. Uma carta pedindo sua saída foi rubricada, há um mês, por 236 estudantes e publicada pelo Centro Acadêmico da instituição de ensino superior, onde o médico ministrava disciplinas teóricas e práticas em nível de 5º a 7º semestre.
“Em razão da penalidade máxima imposta, o profissional perdeu a habilitação para exercer a medicina no País, não podendo desempenhar qualquer ato médico, incluindo lecionar atividade médica”, informou o CRM por meio de nota que também informou não haver possibilidade de recurso no âmbito do Conselho.
Também por meio de comunicação oficial, a UFSC afirmou que a atual gestão da Reitoria, que assumiu em 5 de julho, só tomou conhecimento do caso em 29 de setembro, a partir de uma carta dos acadêmicos. Na ocasião, o caso foi encaminhado “para apuração pela Comissão de Ética e Corregedoria da instituição”.
Abusos
Conforme o processo judicial que resultou em condenação, o ginecologista e obstetra se aproveitava de pacientes durante consultas, sob o argumento de estar realizando exames, como se fossem atos clínicos e terapêuticos da especialidade. Os abusos teriam sido cometidos em 2017.
Em abril deste ano, a 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ-SC) manteve a condenação por crime sexual contra pacientes, determinando sentença de oito anos e 11 meses. O processo corre em segredo de Justiça e Fedrizzi recorre da decisão.