Em cartaz nos cinemas brasileiros, “Gladiador 2” tem diversos apelos com o grande público. Desde a direção de Ridley Scott, que também comandou o primeiro longa (vencedor do Oscar de Melhor Filme em 2001), até a leva de novos atores de grande sucesso, como Paul Mescal e Pedro Pascal, com presença dos veteranos Denzel Washington e Connie Nielsen (reeditando o papel de Lucilla).
Além disso, chama a atenção a narrativa histórica sobre a Roma Antiga, período que recorrentemente aparece na história do cinema. No entanto, na maior parte dos casos, como uma trama biográfica, buscando o máximo de veracidade possível. “Gladiador” parte de um outro ponto: é uma história ficcional que se baseia em momentos e personagens reais.
O título se passa 25 anos após a história do primeiro e acompanha a jornada de Lucius (Paul Mescal), filho de Maximus (Russell Crowe) e Lucila (Connie Nielsen), após sua família ser assassinada e o personagem tornar-se um gladiador.
Lucius
No longa há uma liberdade criativa sobre a conexão dele histórica com Lucilla, já que ela teria morrido antes do reinado em vigência na trama.
Na realidade, na vida real, Lucius nem teve uma grande importância assim, morrendo ainda na infância, junto da irmã Aurela Lucilla. O irmão dos dois, entretanto, chegou a virar até mesmo um senador, sendo executado poucos anos após ascender politicamente.
Em “Gladiador 2” o personagem vive em uma região isolada que é invadida por tropas romanas. Por isso, ele acaba sendo levado como escravo e, posteriormente, vira um gladiador.
Lucilla
A verdadeira Lucilla nasceu em 148 ou 150, havendo dúvidas históricas sobre o assunto. Ela foi a segunda filha do imperador Marco Aurélio e da imperatriz Faustina. Aos 11 anos se tornou esposa do irmão adotivo de seu pai e co-governador Lucius Verus, porém morreu ainda nova, com cerca de 35 anos.
Nos filmes, a personagem primeiro vive um romance com Maximus (Russel Crowe) no longa de 2000, mas precisando ficar próxima e casada com seu irmão Commodus (Joaquin Phoenix). Sem os dois agora, mortos ao fim daquela trama, ela vive um relacionamento meio escondido com o comandante do exército romano Marcus Acacius (Pedro Pascal) – um personagem inteiramente ficctício.
Macrinus
Outra inspiração que vem diretamente da realidade. Macrinus é interpretado por Denzel Washington e é um traficante de escravos e apostador nas arenas de gladiadores.
Não há muitas informações sobre quem ele seria e sua influência na Roma Antiga, entretanto, no filme, ele é um dos principais personagens e que passa a tentar exercer influência sobre os imperadores irmãos Carcalla e Geta.
Imperadores
Geta e Caracalla, interpretados por Joseph Quinn e Fred Hechinger, respectivamente, também são baseados nos irmãos de mesmo nome da vida real.
Filhos de Septimius Severus, eles chegaram a dividir o poder brevemente após a morte do pai, mas Caracalla, como era o irmão mais velho, assumiu o trono algum tempo depois e tornou-se o único governante do Império Romano.
Coliseu inundado
Um dos momentos mais esperados de Gladiador 2, desde que o primeiro trailer do filme foi lançado, é a cena em que o Coliseu aparece inundado como palco de um grande confronto naval.
Embora pareça ficção, o momento é baseado em eventos reais, realizados em lagos e piscinas artificiais da Roma Antiga. Nesses espetáculos grandiosos chamados naumaquias, navios de guerra simulavam batalhas de enorme proporção, colocando gladiadores profissionais para enfrentarem-se sobre as águas.
Luta contra animais
Outro trecho impactante são as lutas travadas entre o protagonista Lucius e uma série de animais, dentre eles um rinoceronte. Assim como já havia sido mostrado em Gladiador (2000), esses confrontos eram corriqueiros na Roma Antiga, com diferentes tipos de animais, como leões e tigres, sendo colocados para duelar com os lutadores.
Embora fossem menos comuns, os rinocerontes também eram usados nesses eventos, a fim de tornar as disputas ainda mais violentas, grandiosas e emocionantes para o público. Os babuínos, no entanto, que também aparecem brigando com o protagonista da história, são uma licença poética adotada pela equipe do longa, que decidiu tornar os confrontos ainda mais apoteóticos.