A presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), tenta cavar um cargo de ministro, mas com gabinete no Palácio do Planalto, na reforma ministerial que ela acredita estar prestes a acontecer, talvez no início de 2025. Ela sonha com o lugar de Rui Costa na Casa Civil. Além de abrigar as mudanças no tabuleiro do poder provocadas pelas eleições municipais, o governo pretende acomodar também qualquer alteração após as eleições das presidências na Câmara dos Deputados e Senado.
Desarticulação
Gleisi quer a Casa Civil, mas topa substituir Alexandre Padilha (Relações Institucionais), muito criticado até mesmo pelos próprios governistas.
Metralhadora no pé
Padilha admitiu, em entrevista, que a avaliação de Lula no final do terceiro mandato será pior que a avaliação nos mandatos anteriores.
Alvo fácil
Outro cargo que pode sobrar para Gleisi é a Secretaria-Geral da Presidência: já criticado publicamente por Lula, Márcio Macedo deve cair.
Mudanças certas
Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, é cotado para o Itamaraty. O presidente da Câmara, Arthur Lira, avisou que não será ministro de Lula.
Visitas dos Batista ao Planalto precedem benesses
Só em maio deste ano a imprensa brasileira conseguiu flagrar os notórios Joesley e Wesley Batista rondando pelo Planalto, mas a dupla já circulava pelo palácio de Lula há pelo menos sete meses. O registro da portaria do Planalto, em poder da coluna, mostra quatro visitas de Joesley e uma de Wesley. O primeiro esteve no palácio por duas vezes em 2023 e pelo menos mais duas no início deste ano. Wesley foi registrado uma vez, junto com o irmão, em 4 de outubro de 2023.
Estranha coincidência
Já em outubro de 2023, após a primeira visita, a CVM livrou os irmãos acusação de lucrar no mercado de ações desvalorizadas com a delação.
Acordão com Maduro
Em 8 de novembro, lá estava Joesley outra vez e, 22 dias depois, a Âmbar, dos Batista, foi autorizada a importar energia venezuelana.
Conveniente
Em dezembro, a vitória foi no STF, que suspendeu multa de mais de R$10 bilhões da J&F do acordo de leniência da empresa.
Zero surpresa
Após a vaia estrondosa de corretores de seguros a Fernando Haddad, no Rio, o ministro foi defendido por Armando Vergílio, da Fenacorde, que em 2022 doou R$15 mil ao Solidariedade, federado ao PT.
Dois pesos…
Na campanha presidencial de 2022, os ministros da corte proibiram Bolsonaro de participar de live na internet a partir de sua casa, o Palácio Alvorada. Mas não viram nada de mais Lula gravar no mesmo lugar vídeo pedindo votos para Guilherme Boulos. Nada como ter aliados.
Prerrogativa
O senador Rogério Marinho (PL-RN) lembra que é prerrogativa constitucional do Legislativo propor leis que aperfeiçoam as instituições, o que inclui o Supremo Tribunal Federal. Mas o choro é livre.
Denúncia grave
Chamou atenção de Osmar Terra (MDB-RS) fala o ministro José Múcio sobre “questão ideológica” minar acordo entre Brasil e Israel: “Se eu entendi bem, o ministro da Defesa fez uma denúncia gravíssima”.
PSDB ladeira abaixo
Em 2020, o PSDB conseguiu eleger 513 prefeitos e se tornou o 4º maior partido, com 9,2% de todas as prefeituras. Em 2024, os tucanos foram depenados nas urnas, desabando para 276 prefeitos (4,9% do total).
Reeleições recordes
Levantamento da Confederação Nacional de Municípios mostra que o número de reeleitos nas eleições deste ano já é o maior da história. A cada 10 candidatos que tentara a reeleição, 8 obtiveram êxito.
Tour no Sul
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro faz um tour nesta segunda-feira (14) pelo Rio Grande do Sul. Passa por Canoas (9h30), segue para Porto Alegre (12h30) e fecha o dia em Caxias do Sul (18h).
Ativismo sem limites
O Delegado Marcelo Freitas (União-MG) não acredita em mobilização da sociedade contra as ações anti-STF no Congresso, “Ninguém suporta mais o ativismo judicial do Supremo Tribunal Federal!”, diz o deputado.
Pensando bem…
…punir milionários com impostos é uma velha demagogia que os faz tirar o dinheiro do país.
PODER SEM PUDOR
Homem de visão
Penalizado com o ostracismo e admirador do estilo do ex-presidente, o jornalista Boris Casoy marcou uma visita por telefone, quando Jânio avisou que estava “cego”. Ao chegar, viu Jânio numa cadeira falar alto: “Viva o jornalista Casoy!” Estranhou ter sido reconhecido com total precisão e rapidez, e Jânio tratou de se explicar: “Não enxergo, mas vejo sombras, e a sua é inconfundível!”
Com Rodrigo Vilela e Tiago Vasconcelos – @diariodopoder