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Variedades Glicação: preocupação com a beleza é válida, mas pode acarretar problemas mais sérios

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Glicação é um processo que afeta a saúde e a aparência da pele. (Foto: Reprodução)

AGEs. É possível que você já tenha ouvido algum dermatologista falar da formação de rugas e flacidez em consequência da glicação e os AGEs se encontram no meio dessa discussão, pois são os agentes danosos promotores da glicação. No entanto, apesar da preocupação estética ser válida e esse tipo de diagnóstico servir como um sinal de alerta, a glicação pode acarretar problemas mais sérios no corpo.

“Os produtos finais de glicação avançada (AGEs, do inglês Advanced Glycation End-products) são compostos que se formam quando açúcares se ligam a proteínas, lipídios ou ácidos nucleicos sem a ação de enzimas, em um processo chamado glicação. Esse processo ocorre tanto dentro do corpo quanto em alimentos durante o preparo. Os AGEs acumulam-se no organismo ao longo do tempo e estão associados a diversas doenças crônicas, como diabetes, doenças cardiovasculares, doenças renais e Alzheimer”, explica a médica nutróloga Dra. Marcella Garcez, diretora e professora da Associação Brasileira de Nutrologia.

“Eles são produtos altamente tóxicos no nosso corpo. Essa relação com o envelhecimento celular e doenças crônicas ocorre porque, a partir do momento que essa glicação avançada acontece, as células inflamam e envelhecem de maneira precoce. Como consequência, as células ficam mais flácidas, e com isso há um aumento do risco cardiovascular, de infarto, de AVC, e também um risco de morte de algumas células neuronais, prejudicando também o cérebro”, acrescenta a endocrinologista Dra. Deborah Beranger, com pós-graduação em Endocrinologia e Metabologia pela Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro (SCMRJ).

Na pele, a glicação pode promover aspecto amarelado, uma pele mais fina, ressecada, mais enrijecida, com mais formação de manchas e aparecimento de rugas, segundo a farmacêutica Maria Aparecida Mariosa, executiva do Núcleo de Nutrição da Biotec. A especialista explica que, à medida que os AGEs se acumulam nos ossos, nas articulações e nos músculos, eles podem contribuir para osteoporose e a artrite e o enfraquecimento e diminuição da massa muscular com a idade.

“AGEs participam no declínio da memória relacionado à idade, no comprometimento do processo de cicatrização, no envelhecimento da pele, na catarata e até mesmo na disfunção erétil. Em um intervalo de cinco a seis décadas, os níveis de AGEs em nossos tecidos praticamente dobram, razão pela qual isso é visto não apenas como um marcador de envelhecimento, mas como um condutor ativo do processo de envelhecimento”, diz.

A médica nutróloga pontua que os alimentos ricos em proteínas e gorduras, como carnes vermelhas, laticínios integrais, frituras e produtos industrializados, tendem a conter níveis mais elevados de AGEs, especialmente quando preparados em altas temperaturas. “Alimentos processados, fast food e refeições prontas para consumo também são grandes fontes de AGEs devido ao processamento térmico intenso”, destaca Dra. Marcella. “Sabemos também que a maneira de cozinhar interfere, sim, na produção desses produtos de glicação. A maneira que faz mal é quando o cozimento é feito acima de 180 graus em ambientes secos, pobres em umidade, independentemente de serem fritos, assados ou grelhados”, pontua Dra. Deborah. “Em contraste, métodos como o cozimento a vapor, fervura e preparo no micro-ondas, que utilizam temperaturas mais baixas e maior quantidade de água, produzem menos AGEs”, enfatiza Dra. Marcella Garcez.

Além disso, é necessário também ajustar a quantidade de açúcares ingeridos. “O açúcar é um alimento extremamente consumido em nossa sociedade. De acordo com OMS (Organização Mundial da Saúde), o brasileiro consome em média 50% a mais de açúcar do que o recomendado. No Brasil, o Guia Alimentar para a População Brasileira sugere que o consumo de açúcar de adição seja reduzido, principalmente por meio da menor ingestão de alimentos industrializados e bebidas como refrigerantes, sucos artificiais, sobremesas. A glicação é uma reação não enzimática que ocorre de forma contínua onde esse excesso de metabólicos do açúcar circulante e extremamente reativo se liga a moléculas especialmente a proteínas. Ocorre a todo momento, principalmente em quadros hiperglicêmicos como diabetes”, alerta a farmacêutica Maria Aparecida Mariosa.

“Muitas vezes os açúcares estão mascarados nos alimentos, principalmente ultraprocessados (industrializados). Nomes do açúcar em produtos industrializados: melado de cana, melaço, mel, açúcar invertido, glicose, lactose, glucose de milho, xarope de milho, frutose, maltose, sacarose e xarope de malte”, completa.

Como os sinais na pele servem de alerta para problemas que podem ser mais sérios, é necessário também buscar ajuda médica para e adequar a alimentação. “Ainda não há um consenso científico sobre um limite seguro para o consumo diário de AGEs, mas pesquisas sugerem que reduzir a ingestão de alimentos ricos em AGEs pode trazer benefícios para a saúde, especialmente em populações com maior risco de doenças metabólicas e inflamatórias. Estudos continuam sendo realizados para entender o impacto específico da ingestão de AGEs na saúde a longo prazo e estabelecer orientações mais claras”, aponta Dra. Marcella.

A médica nutróloga explica que é possível através de mudanças na alimentação e no preparo dos alimentos reduzir a formação de AGEs pela alimentação. “Primeiro, é necessário priorizar métodos como cozinhar no vapor, ferver e assar em temperaturas mais baixas. Marinar carnes e proteínas em vinagre ou suco de limão também pode diminuir a formação de AGEs durante o cozimento. Outra dica importante é limitar o consumo de fast food e produtos ultraprocessados, que são ricos em AGEs. Também é fundamental aumentar o consumo de alimentos de origem vegetal, que tendem a conter menos AGEs e oferecem antioxidantes que combatem os efeitos oxidativos desses compostos”, observa. Adicionar especiarias, frutas e vegetais que possuem antioxidantes também é recomendado.

Para tratar e prevenir a glicação, a farmacêutica indica suplementos, como Glycoxil, um peptídeo biomimético da carcinina. “Ele atua nas etapas de formação dos AGEs, impedindo a ligação do açúcar com a proteína, portanto com ação antiglicante, e desglicante quando essa reação está iniciando. Quando há uma inflamação em decorrência da glicação, é necessário intervir com a mudança dietética e a inclusão de suplementação adicional de Vitamina C e fosfolipídeos de caviar (FC Oral), para promover ação antioxidante e modulação da inflamação”, fala Maria Aparecida.

“Além disso, o consumo de alimentos frescos e pouco processados contribui para uma menor ingestão de AGEs. Essas práticas podem, em conjunto, ajudar a controlar a quantidade de AGEs ingeridos”, finaliza Dra. Marcella.

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https://www.osul.com.br/glicacao-preocupacao-com-a-beleza-e-valida-mas-isso-pode-acarretar-problemas-mais-serios/ Glicação: preocupação com a beleza é válida, mas pode acarretar problemas mais sérios 2025-03-12
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