Quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 17 de fevereiro de 2025
A Globo foi condenada a pagar, em segunda instância, uma indenização de R$ 10 mil para Suzane von Richthofen, que matou os pais em 2002, em um caso de grande repercussão. Suzane processou a Globo em 2018, por ter exibido um laudo psicológico seu que era sigiloso. Procurada, a emissora não comentou o assunto. Cabe recurso.
O laudo havia sido feito para avaliar se Suzane tinha condições de cumprir o restante de sua pena no regime semiaberto. A reportagem foi exibida em junho de 2018. A decisão pelo pagamento foi do TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo). Suzane já havia vencido em primeira instância e pediu para o valor ser depositado no fim de 2024. A Globo recorreu.
O laudo psicológico mostrado pela Globo apontava que não havia evidências de que Suzane seria perigosa, podendo conviver em sociedade, mas que, por outro lado, tinha personalidade manipuladora e agressividade camuflada.
Suzane alegava que havia tido sua liberdade invadida e que o caso estava em sigilo de Justiça. O relator do caso, desembargador Rui Cascaldi, disse que ela, mesmo que tenha cometido um crime que faz parte da “história criminal do país”, tinha direitos individuais.
“Essa espécie de divulgação, resguardada a liberdade que a imprensa deve ter em um país democrático como o Brasil, transborda a mera informação”, escreveu em sua decisão.
Suzane havia vencido a ação na primeira instância. A Globo recorreu, mas também perdeu em segunda instância, após o qual houve um pedido de cumprimento de sentença por parte de Suzane. A Globo recorreu em esferas maiores da Justiça.
Suzane foi condenada por matar os pais, o casal Manfred e Marísia von Richthofen, em 2002, em um bairro nobre de São Paulo. O então namorado, Daniel Cravinhos, e o irmão dele, Cristian Cravinhos, também foram condenados pelo assassinato.
Atualmente, Suzane cumpre a pena pela qual foi condenada (34 anos e 7 meses) em regime aberto. Ela tem um filho de um ano.