Sábado, 11 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 27 de dezembro de 2023
O laudo da Polícia Científica apontou que a substância usada para matar uma mãe e um filho em Goiás foi colocada em um bolo. Segundo a perícia, a substância ingerida pelas vítimas causou uma intoxicação por envenenamento. Luzia Tereza Alves, de 86 anos, e o filho dela, Leonardo Pereira Alves, de 58, morreram após comerem o bolo que estava com veneno, em Goiânia (GO), no último dia 17. Segundo a Polícia Civil, a advogada Amanda Partata está presa por suspeita de matar os dois após não aceitar o fim do relacionamento com o filho de Leonardo.
Em nota, os advogados dela disseram que aguardam o desenrolar das investigações para comentarem sobre as acusações. A defesa de Amanda contesta a legalidade da prisão.
A advogada também insistiu para que o marido da mulher comesse bolo no pote durante o café da manhã, mas ele recusou por ter diabetes, segundo informações do advogado da família das vítimas, Luís Gustavo Nicoli. O idoso, que não teve o nome divulgado, prestou depoimento à Polícia Civil nessa quarta-feira (27).
A Polícia Científica disse ainda que dois potes estavam com a substância, que é considerada um veneno “potente” e que foi usado em grande quantidade. Mesmo em pequenas doses, a substância é tóxica e letal, e não tem sabor nem odor, ou seja, não é possível ser percebida.
A perita criminal Mayara Cardoso informou nessa quarta-feira (27), que foi realizado um exame toxicológico em amostras coletadas no local do crime e amostras retiradas dos corpos das vítimas.
O nome da substância não foi divulgado. Ao todo, foram analisadas quatro amostras de bolo, das quais duas estavam contaminadas. Também foram analisadas colheres, sucos e outros itens encontrados no local. A substância não foi encontrada no suco do café da manhã da família.
O médico Leonardo Pereira Alves Filho, ex da advogada e filho de uma das vítimas, se pronunciou sobre o caso pela primeira vez na tarde de terça-feira (26), após prestar depoimento à polícia. Ao lamentar a morte do pai e da avó, ele disse nunca ter imaginado algo que justificasse “tamanha brutalidade”.
“A gente nunca imaginava qualquer coisa que justificasse tamanha brutalidade. E a gente tá vivendo nosso luto. Tem sido muito difícil”, desabafou o médico.
O médico, a irmã Maria Paula e a mãe dele, Elaine, prestaram depoimento na manhã de terça-feira (26). Os depoimentos começaram por volta das 10h e foram até 13h50.
Conforme a Polícia Civil, na manhã de 17 de dezembro, Amanda Partata foi até a casa da família do ex-namorado levando um café da manhã, com pão de queijo, biscoitos, suco e até bolos de pote de uma famosa doceria de Goiânia.
Estavam na casa: Leonardo Pereira Alves, pai do ex-namorado; Luzia Tereza Alves, avó do ex-namorado; e o marido de Luzia. Destes, apenas o último familiar não tomou o café da manhã. Uma foto mostrou Amanda na mesa do café da manhã perto das quitandas, doces e suco, que estaria envenenado, segundo a polícia.
Defesa
Leia na íntegra a nota da defesa de Amanda: “Os advogados que representam a Senhora Amanda Partata informam que aguardam os desdobramentos das investigações, cujo trâmite é sigiloso, para se manifestar quanto ao teor das imputações declinadas pela Autoridade Policial. Quanto a prisão da Senhora Amanda Partata consideramos que se efetivou de forma ilegal na medida em que realizada no período noturno em hospital onde se encontrava internada sob cuidados médicos. Destaque-se, ainda, que a Senhora Amanda Partata compareceu voluntariamente à Delegacia de Investigação de Homicídios, entregou objetos e documentos e, por intermédio de seus advogados, deu plena ciência à Autoridade Policial da sua localização e estado de saúde. As medidas judiciais para preservação e restabelecimento da legalidade serão adotadas oportunamente.” As informações são do portal de notícias G1.