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Futebol Goleiro sofre racismo dos próprios torcedores e vai à delegacia: “Fui chamado de preto, macaco e vagabundo”

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Partida foi paralisada e finalizada após os jogadores saírem de campo

Foto: Reprodução
Partida foi paralisada e finalizada após os jogadores saírem de campo. (Foto: Reprodução)

Na última quinta-feira (20), Tom Cristian, goleiro da Portuguesa Santista (SP), viveu uma noite de terror em campo. O caso ocorreu durante uma partida contra o São José.

Aos 30 minutos do 2° tempo, o jogo precisou ser interrompido após os torcedores da própria Briosa, que estava perdendo o confronto por 3 a 0, atirarem objetos e dirigirem insultos racistas contra o goleiro.

A partida foi paralisada pela arbitragem e foi encerrada após os jogadores da Portuguesa, em forma de protesto, deixarem o campo.

Durante uma entrevista, Tom Cristian contou o que escutou dos torcedores.

“Os torcedores acabaram usando palavras ofensivas, onde eu escutei e imediatamente comuniquei a arbitragem. Meus companheiros também escutaram. Os adversários também escutaram e sentiram, imagino que se colocaram no meu lugar ali, porque não é fácil ouvir o que eu ouvi. Dói como ser humano e como pai de família, fere demais. Não poderia deixar e passar batido uma situação como essa”, afirmou.

“Não tinha mais condições psicológicas de ouvir o que ouvi e continuar jogando em campo como se nada tivesse acontecido. Meus companheiros e meus adversários do São José agiram da mesma forma, são colegas de trabalho também. Teve até um jogador que falou: ‘Estou sentindo na pele, minha pele é igual a sua e nesse momento eu estou contigo. Se você não joga, ninguém joga. Você decide'”, relatou.

Desabafando, Tom contou tudo que ouviu também dentro das quatro linhas.

“Eles me xingaram de macaco, vagabundo, preto e filho da p***. Foram palavras fortíssimas, onde só estando na pele para realmente sentir a dor que eu senti. Não é fácil estar nesse momento”, lamentou.

Na sexta (21), a Federação Paulista de Futebol emitiu uma nota de repúdio e diz estar prestando “atendimento e acolhimento” ao atleta.

A entidade afirmou que “encaminhará o caso às autoridades competentes para que todas as providências sejam tomadas”, e “os indivíduos que cometeram o crime sejam identificados e punidos com o maior rigor da lei”.

“O caso também será encaminhado ao Tribunal de Justiça Desportiva, que avaliará todo o caso”, concluiu a Federação.

— Confira a nota oficial:

“A Federação Paulista de Futebol vem a público manifestar seu repúdio às ofensas racistas contra o goleiro da Portuguesa Santista, Winston Cristian dos Santos, durante a partida contra o São José, nesta quinta-feira.

Os atletas e comissão técnica da Portuguesa Santista se recusaram a continuar o jogo. Assim, a partida foi paralisada e encerrada aos 76 minutos.

Profissionais da FPF no local estão prestando todo atendimento e acolhimento necessário ao atleta. A FPF encaminhará o caso às autoridades competentes para que todas as providências sejam tomadas, e os indivíduos que cometeram o crime sejam identificados e punidos com o maior rigor da lei.

O caso também será encaminhado ao Tribunal de Justiça Desportiva, que avaliará todo o caso.

A FPF reitera sua posição antirracista, corroborada pelo inédito Tratado pela Diversidade e Contra a Intolerância no futebol paulista, que dita procedimentos contra todo tipo de preconceito e intolerância no esporte.”

 

 

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