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Presos suspeitos de prometer antenas de internet via satélite gratuita em nome de Elon Musk durante as enchentes no RS

Os golpistas criaram um site falso da Starlink em que supostamente vendiam o aparelho de internet que nunca chegava ao destino. (Foto: Divulgação/Polícia Civil)

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul deflagrou nessa quarta-feira (3) uma operação contra uma quadrilha que prometia oferecer à população afetada pelas enchentes no estado antenas da empresa Starlink de forma gratuita. Foram cumpridos três mandados de prisão nos Estados de São Paulo e Minas Gerais, além do cumprimento de quatro mandados de busca e apreensão.

O pretexto utilizado pelos criminosos é de que os equipamentos estariam sendo doados pela empresa americana SpaceX, de Elon Musk, em virtude do estado de calamidade causado pelas enchentes no Rio Grande do Sul.

Para desenvolver o golpe, os criminosos criaram uma página na internet simulando o site da empresa Starlink. A promessa é que as antenas seriam cedidas de forma gratuita, sendo necessário apenas o custeio do frete para a entrega do equipamento.

Ao preencher os dados pessoais, os usuários eram levados até uma nova página falsa, simulando o site Mercado Pago. Nesse momento, um QR Code era gerado e quando o pagamento era efetivado, o valor era transferido para um “gateway” de pagamentos que repassava o valor para os golpistas.

De acordo com a Polícia Civil do RS, “os criminosos se aproveitaram do momento de calamidade vivenciado no Estado como um atrativo. Isto porque a empresa de Elon Musk de fato realizou doações de equipamentos com o objetivo de auxiliar na comunicação das equipes de segurança e salvamento durante a enchente”.

A investigação

Durante os trabalhos desenvolvidos pela Polícia Civil, as páginas falsas foram retiradas da internet, além do bloqueio de contas vinculadas ao CPF e CNPJ dos investigados.

A investigação apontou ainda que os valores arrecadados no golpe eram direcionados a um homem de 22 anos, de São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, e a dois homens, de 20 e 24 anos, de Minas Gerais.

A Polícia Civil afirma que as investigações seguem a fim de buscar novos elementos de prova e a responsabilização de novos integrantes do grupo. A força-tarefa Cyber foi criada a fim de conter possíveis práticas criminosas que visem obter vantagens durante a situação de calamidade vivida pelo estado.

Até o momento, foram realizadas dez prisões preventivas e deferidas mais de 50 medidas cautelares pelo Poder Judiciário.

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