Um total de 15 homens que aplicavam golpes de falso relacionamento em aplicativos na internet foram identificados e presos nesta quinta-feira (23), em Brasília. Deste total, sete já cumpriam penas e aplicavam golpes de dentro dos presídios.
Em um vídeo obtido pelos policiais, um homem encapuzado mostrou armas e ameaçou uma das vítimas. Os criminosos se faziam passar por mulheres nos aplicativos de namoro, e depois diziam ser os maridos traídos, ou amigos desses maridos, e ameaçavam as vítimas exigindo dinheiro para evitar agressões e até a morte de quem caia no golpe.
“Você tá maluco, falando com mulher casada. O marido dela pagou pra matar você e sua família. Você quer problema com a nossa facção”, diz uma das mensagens enviadas para uma vítima.
Segundo a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), o grupo fez pelo menos 24 vítimas no DF. A operação policial também cumpriu 22 mandados de prisão e de busca e apreensão em Recife (PE) Itabaiana (SE) e Campinas (SP). Sete criminosos estão foragidos.
Vídeo de ameaça
No vídeo obtido pela PCDF, um homem encapuzado mostrou duas pistolas em uma mesa e afirmou que a vítima estava “talaricando” – dando em cima – da mulher de um amigo.
Depois, o homem falou que para resolver a situação a vítima teria que conversar com ele. Por fim, o criminoso ameaçou a vítima, falando que iria enviar outros homens até a casa dele, e mostrou as armas novamente.
“Se tu quiser resolver essa parada, chega na ideia com nós que vamos resolver isso numa boa. Agora se tu não quiser resolver essa parada meu irmão, vou mandar os caras ir aí, tá ligado?”, diz o criminoso.
As investigações foram iniciadas em 2023, depois que um morador do DF registrou boletim de ocorrência na 13ª Delegacia de Polícia, em Sobradinho.
Modus operandi
A delegada Agatha Braga, responsável pelo caso, explica que os homens fingiam ser mulheres e que depois seus “supostos parceiros” descobriam as trocas de mensagens com as vítimas em aplicativos de relacionamento e passavam a ameaçar e pedir transferências bancárias para as vítimas.
“Eles escolhiam as vítimas por meio das plataformas de relacionamento. Se passavam por mulheres e começavam um diálogo. Quando estava num ponto de marcar um encontro, de uma ligação telefônica um outro indivíduo fazia contato já ameaçando, constrangendo para que a pessoa realizasse transferências bancárias”, diz a delegada.
Durante a operação, a PCDF identificou que os criminosos se dividiam em três grupos:
• Escolha das vítimas;
• Responsáveis por fazer a ameaça;
• Movimentação do dinheiro extorquido.
De acordo com a polícia, um dos integrantes, que não tinha renda fixa, chegou a movimentar R$ 1 milhão em apenas três meses. A PCDF também diz que os golpistas tinham relações com criminosos de roubo a banco, Correios e de homicídios.