Ícone do site Jornal O Sul

Golpe dos nudes: 17 criminosos são presos ao exigir dinheiro para custear falso tratamento de vítimas no RS

Polícia Civil deflagrou operação em Porto Alegre, São Leopoldo, Gravataí, Esteio, Alvorada, Osório, Torres, Montenegro, São Borja e Itaqui. (Foto: Divulgação/Polícia Civil)

A Polícia Civil, que realiza operação em 10 cidades do RS nesta terça-feira (22), informa que pelo menos 14 pessoas foram lesadas em uma nova versão do golpe dos nudes no Estado, em São Paulo e até no Japão. Dezessete foram presas e encaminhadas ao sistema prisional.

São cerca de cem agentes que cumpriram 19 mandados de prisão temporária e 23 de busca em Esteio, Porto Alegre, Alvorada, Gravataí, Montenegro, Torres, São Borja, Osório, São Leopoldo e Itaqui.

O golpe, bastante conhecido e já investigado pela polícia, consiste em um primeiro contato por um rede social ou WhatsApp, onde uma pessoa “jovem e bonita” instiga uma vítima a trocar mensagens de cunho sexual e fotos intimas.

Na sequência, outra pessoa se apresenta como pai da jovem, dizendo que a filha é menor de idade e a conduta da vítima se amolda ao crime de pedofilia.

Para não denunciar, isto é, para não levar o fato ao conhecimento policial, acarretando, consequentemente, na prisão da vítima, o suposto pai da adolescente exige depósitos em dinheiro, a maioria entre R$ 5 mil e R$ 15 mil. Na maioria das vezes, após o recebimento dos valores, o criminoso continua exigindo dinheiro dizendo que haverá a necessidade de submeter sua filha a tratamento psicológico ou, ainda, exigindo o depósito de valores para reparar prejuízos materiais.

A polícia informa que é bastante comum também, nesses casos, a presença de uma quarta pessoa envolvida, que se apresenta falsamente como policial. Ela muitas vezes se apresenta com fotos e nomes reais retirados das redes sociais, dizendo que está sendo registrada uma ocorrência, e que será expedido mandado de prisão, causando desespero na vítima.

Investigação desde setembro

A investigação teve início em setembro de 2021, quando foram identificados diversos indivíduos vinculados a detentos ou ex-presidiários.

A delegada Luciane Bertoleti, titular da delegacia de polícia de Esteio, afirma que “essa ação é outra ofensiva de combate aos crimes virtuais que tiveram um aumento expressivo no período de confinamento.”

O diretor da 2ª Delegacia de Polícia Metropolitana, delegado Mario Souza, destaca que “é uma grande investigação contra o crime organizado, focada na desarticulação de esquemas de golpes virtuais.” E que “chama atenção a criatividade dos criminosos em forjar falsos policiais e delegacias que realizavam golpes até contra vítima no Japão.”

Sair da versão mobile