Quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 30 de agosto de 2020
Um novo golpe por aplicativo de mensagem está fazendo muitas vítimas, principalmente médicos. Imagina que você me conhece. Somos parentes ou amigos, que costumam conversar por um aplicativo de mensagem. Aí você recebe, de um outro número, com uma foto minha, a mesma foto que uso no perfil do aplicativo. E em seguida, um texto dizendo: “Olá sou eu aqui, o Mário. Estou usando agora esse novo número”. É assim que começa o golpe. Os criminosos tentam induzir a vítima a acreditar que está conversando com uma pessoa conhecida.
Aconteceu com o médico Roger Bongestab. O golpista mandou mensagem para uma amiga e, depois de algumas mensagens, veio o pedido para fazer um pagamento, alegando que ele já tinha excedido o limite do dia para fazer transferências bancárias. O golpista enviou os dados da conta, mas antes de transferir, ela ligou para o número antigo do médico e descobriu o golpe.
Mensagens iguais foram enviadas para os irmãos dele. “Foram sete tentativas de aplicação de golpe em pessoas próximas a mim através de criação de perfis falsos”, conta a vítima.
As mensagens seguem sempre o mesmo padrão. Essas chegaram no telefone desse homem que não quer se identificar. Ele é pai de um médico, e caiu no golpe. Fez cinco transferências, no total R$ 30 mil: “ele falou, ‘eu estou na clínica, precisando de um favor seu, meu limite excedeu, preciso tirar um dinheiro hoje, preciso para pagar com urgência um fornecedor e não tenho como’”.
O delegado de crimes cibernéticos Brenno Andrade diz que outros profissionais já foram vítimas do golpe, mas, recentemente, os médicos são o alvo principal. “Uma vez por dia, a gente registra uma ocorrência dessa. A grande maioria desses casos, mais de 90% deles, são de criminosos que estão atuando fora do estado do Espírito Santo”, destaca.
Além de observar muito bem o conteúdo da mensagem, o especialista em segurança digital Gilberto Sudré diz que é fundamental sempre ligar para o número antigo da pessoa que está pedindo dinheiro. E atenção ao que é divulgado nas redes sociais.
“Não é uma clonagem, na verdade, é alguém se fazendo passar por você usando um número novo. Cuidado com dados, como fotos, informações pessoais, de comportamento, hábitos que você tem e números de telefone e email, principalmente, porque isso vai dar chance de o golpista ter uma narrativa parecida com a sua”, afirma.
Os estelionatos cresceram durante o período do distanciamento social no Rio Grande do Sul. No primeiro semestre de 2020, foram 22.183 casos de golpes comunicados à polícia, maior número para o período desde 2002, quando os dados começaram a ser divulgados pela Secretaria da Segurança Pública do Estado. O aumento, em relação ao mesmo período do ano passado, é de 74%.
A prevenção ainda é considerada a principal estratégia de combate a esse crime. Confira algumas dicas para não cair em golpes:
– Não acredite em desconhecidos que lhe abordam na rua ou por telefone. Não acesse links na internet dos quais não tenha segurança. Desconfie;
-Golpistas, em geral, oferecem alguma vantagem para atrair a vítima e têm pressa para obter a vantagem. Fique atento a isso;
-Converse com familiares, amigos ou mesmo gerente de banco se tiver desconfiança.
-Estelionatários tentam criar meios de impedir que a vítima busque orientação, como mantê-la ao telefone, para que não seja alertada;
-Não faça depósitos bancários e nem recargas de celulares para quem não conhece.