Terça-feira, 18 de março de 2025
Por Redação O Sul | 18 de março de 2025
A aquisição da Wiz se alinha a um plano para tornar o Google Cloud um participante maior na segurança cibernética.
Foto: ReproduçãoO Google anunciou nesta terça (18) que vai comprar a Wiz, uma startup de cibersegurança, por US$ 32 bilhões, o maior negócio da história da empresa – anteriormente, a compra da Motorola, em 2012, por US$ 12,5 milhões ocupava esse posto. O objetivo da gigante é fortalecer seu negócio de computação em nuvem e expandir-se para além do mecanismo de busca e dos serviços de internet.
Com o acordo, o Google adquiriria uma empresa desconhecida da maioria das pessoas, mas que se destaca em serviços de segurança digital para empresas. No ano passado, o Google havia feito uma oferta de US$ 23 bilhões, que foi rejeitada pela startup, que buscava a abertura de capital – o IPO, no entanto, nunca chegou. A concretização do negócio desta vez aguarda aprovação regulatória.
A compra dá força ao Google Cloud, a divisão que vende serviços de computação para outras empresas. Seria também o esforço mais agressivo da gigante da tecnologia para acompanhar a Microsoft, na disputa pelo mercado de segurança cibernética.
“Hoje, as empresas e os governos que operam na nuvem estão procurando soluções de segurança ainda mais fortes e mais opções de provedores de computação em nuvem”, disse Sundar Pichai, executivo-chefe do Google, em um comunicado. “Juntos, o Google Cloud e o Wiz vão turbinar a segurança aprimorada da nuvem e a capacidade de usar várias nuvens.”
Regulação
A Alphabet, empresa controladora do Google, terá que superar os obstáculos regulatórios antes de comemorar a conclusão do negócio. Atualmente, a companhia é questionada na Justiça americana em relação ao seu poder no mercado.
O Departamento de Justiça processa o Google em dois casos separados de monopólio, um visando a ferramenta de busca e outro buscando desmembrar seu negócio de tecnologia de publicidade digital. Um juiz federal determinou que a empresa manteve ilegalmente um monopólio nas buscas online e tomará uma decisão até agosto.
Mesmo sob o comando do presidente Donald Trump, que assumiu prometendo afrouxar as regras contras empresas de tecnologia, os órgãos reguladores do país continuaram a se posicionar contra a consolidação corporativa. Em janeiro, o Departamento de Justiça entrou com uma ação para bloquear a aquisição da Juniper Networks pela Hewlett Packard Enterprise, argumentando que o acordo eliminaria a concorrência e aumentaria os preços no setor de redes de computadores.
A Alphabet passou anos tentando diversificar seu negócio além do mecanismo de busca, do YouTube e da publicidade online, que gera três quartos de sua receita. A Alphabet criou empresas de risco, como a Waymo, empresa de carros autônomos, e a Verily, que se concentra no setor de saúde, mas essas empresas ainda não foram totalmente recompensadas.
A empresa também injetou recursos no Google Cloud. Assim como seus concorrentes Amazon Web Services e Microsoft Azure, a unidade oferece uma variedade de serviços para ajudar as empresas a armazenar e analisar dados, bem como executar aplicativos.
A aquisição da Wiz se alinha a um plano para tornar o Google Cloud um participante maior na segurança cibernética. Sob Thomas Kurian, o executivo-chefe da unidade, o Google Cloud comprou duas empresas de segurança cibernética em 2022, a Mandiant por US $ 5.4 bilhões e a Siemplify por US $ 500 milhões. A estratégia pode ajudar o Google a alcançar a Microsoft, que afirmou gerar mais de US$ 20 bilhões em receita anual com segurança, o que a torna a maior fornecedora mundial de software de segurança cibernética.
(Estadão Conteúdo)