Domingo, 22 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 15 de agosto de 2024
O Google anunciou nessa quinta-feira (15) a chegada, no Brasil, do AI Overview, ferramenta que inclui resultados gerados por inteligência artificial generativa em respostas do buscador. O recurso foi apresentado pela empresa em maio deste ano. Ele já estava disponível no País por meio de testes, e passará a ser padrão nas pesquisas.
De acordo com o Google, o lançamento será gradual, e vai começar a aparecer para os usuários ao longo das próximas semanas. Além do Brasil, a ferramenta foi lançada em mais cinco países (Reino Unido, Índia, Indonésia, Japão e México). Ela já estava disponível nos Estados Unidos desde maio.
A expansão veio acompanhada de mudanças na ferramenta de IA generativa. A big tech informou que vai incluir mais links de referência no conteúdo gerado, a partir de uma barra lateral à direita que irá exibir os sites.
A ferramenta usa diferentes informações da web para gerar respostas prontas para buscas, a partir da IA generativa. Assim que foi lançada, nos EUA, levantou a preocupação por parte de criadores de conteúdo sobre o risco de uma queda no tráfego para os links.
Em um postagem em seu blog, o Google afirmou que, com a IA, está incluindo “mais maneiras” dos usuários “explorarem sites” enquanto fazem pesquisas. “Continuaremos testando diferentes maneiras de apresentar informações que sejam mais úteis para as pessoas, enquanto priorizamos abordagens que direcionem o tráfego para sites relevantes”, acrescentou a empresa.
A mudança no sistema, com a barra lateral, foi ativada para todos os países que têm acesso ao AI Overview e também para os usuários de 120 localidades em que o recurso está em teste. Os anúncios vão continuar a ser exibidos acima ou logo abaixo do texto gerado pelo AI Overview.
Além da barra laterial com os sites, a empresa também começou a testar a inclusão de links diretamente nos textos gerados pela IA “para tornar mais fácil os cliques e visitas aos sites”, informou, em comunicado. O formato vai poder ser acessado no Search Labs, o ambiente de testes do Google para novos recursos.
Ao lançar o sistema, durante o Google I/O, em maio, a empresa indicou que o AI Overview permitiria que os usuários fizessem perguntas mais complexas na busca, sem precisar dividir em várias consultas uma questão. Nesta quinta-feira, informou que tem visto um engajamento maior de usuários mais jovens, de 18 a 24 anos, quando usam o AI Overview.
Alterações
A inclusão da IA generativa nas buscas foi a principal mudança no buscador em 25 anos. A ferramenta veio como uma resposta ao ganho de popularidade de chatbots de inteligência artificial como o ChatGPT, da OpenAI.
Nos Estados Unidos o AI Overview gerou controvérsias após gerar respostas nonsense, que viralizaram nas redes sociais. O sistema, por exemplo, sugeriu que cola comestível seria uma boa opção para engrossar um molho de pizza e indicou que uma dieta com pedras poderia ser saudável.
Depois desses casos, o Google passou a limitar o escopo de pesquisas que recebem textos feitos pela inteligência artificial. Com os exemplos absurdos compartilhados nas redes, “conseguimos determinar padrões em que não acertamos e fizemos mais de uma dúzia de melhorias técnicas em nossos sistemas”, informou, na época, a chefe de buscas do Google, Liz Reid.
O Google não explica exatamente quais assuntos não geram respostas pelo AI Overview. De acordo com Reid, a empresa busca restringir a IA em buscas sobre notícias factuais. Em junho, também havia criado mecanismos de refinamento adicionais para respostas sobre saúde.