A Justiça de Goiás negou um recurso feito pelo Google no processo que determinou a retirada da internet das imagens do corpo de Cristiano Araújo, de 29 anos, que morreu em um acidente de carro na BR-153, em Goiás, no dia 24 de junho. O vídeo disseminado em redes sociais mostra o momento em que o sertanejo era preparado para o enterro.
A empresa entrou com um embargo de declaração, ou seja, um pedido de esclarecimento em relação à decisão judicial, divulgada no último dia 25, que determinou a exclusão imediata das imagens. No entanto, a juíza Denise Gondim de Mendonça, da 5ª Vara Cível de Goiânia, que analisou o recurso, negou e ainda determinou o pagamento de uma multa no valor de 50 mil reais “pela má fé praticada”, já que algumas imagens ainda podem ser encontradas pelo site de buscas. A assessoria de imprensa do Google informou que vai recorrer da decisão.
Araújo e a namorada, Allana Moraes, de 19 anos, morreram após o carro em que estavam capotar, quando voltavam de um show em Itumbiara, interior Goiás. O empresário Victor Leonardo e o motorista do cantor, Ronaldo Miranda, se feriram no acidente, mas já tiveram alta médica.
As fotos do corpo do sertanejo foram feitas em uma clínica, em Goiânia, antes do sepultamento. Em algumas imagens o artista aparece com hematomas no rosto e, na outra, ele está com o terno que vestia quando foi enterrado. Já o vídeo mostra o processo de preparação do corpo.
Investigação
A Polícia Civil investigou o vazamento e indiciou três pessoas pelo crime de vilipêndio de cadáver (desrespeito ao corpo), que tem pena prevista de 1 a 3 anos de prisão. São eles: os técnicos em tanatopraxia (procedimento de retirada dos fluídos do corpo para o enterro) Marco Antônio Ramos e Márcia Valéria dos Santos, que foram demitidos da Clínica Oeste por justa causa. Também foi indiciado o estudante de enfermagem Leandro Almeida Martins, apontado como o responsável por disseminar vídeo e fotos.
Segundo o delegado Eli José de Oliveira, responsável pelo caso, Márcia foi quem gravou o momento em que o corpo do cantor era preparado por Ramos, que foi indiciado por não ter impedido a colega de fazer a gravação.
Em seguida, a mulher enviou o conteúdo a Leandro, que estuda na mesma universidade que ela. O jovem, por sua vez, repassou o material para duas tias. Oliveira explicou que as mulheres não foram indiciadas, pois alegam que ficaram horrorizadas e excluíram o arquivo antes que terminassem de ver. No entanto, os celulares delas passam por perícia. (AG)