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Política Governador bolsonarista do Distrito Federal vê Bolsonaro enfraquecido após indiciamento pela Polícia Federal, diz que será necessária muita conversa entre partidos para encontrar um sucessor e afirma que “se houve erro” no 8 de Janeiro não foi só da sua gestão

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"Cabdidato da direita ainda não surgiu, mas campo precisa se unir", disse Ibaneis Rocha. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), vê uma mudança de ares na direita. Para ele, ainda que Jair Bolsonaro siga um cabo eleitoral relevante, revelações como as do inquérito do golpe minaram parte da ascendência do ex-presidente sobre esse campo. “A turma vai até a beira do abismo, mas ninguém vai pular, né?”, afirmou em entrevista ao jornal O Globo.

O governador, que tem feito críticas à gestão de Lula, diz que o petista faz um terceiro mandato “preguiçoso”, relaciona-se mal com a classe política e deveria desistir da reeleição para preservar sua biografia.

Ibaneis ambiciona uma vaga no Senado e pretende concorrer numa chapa formada em parceria com o PL. Se eleito, ele descarta, porém, formar a tropa de choque do bolsonarismo na Casa.

“Não acredito em impeachment de ministro do Supremo e o projeto da anista (aos presos do 8 de Janeiro) já nasce inconstitucional”, afirma ele na entrevista. Veja a seguir os principais trechos:

– O senhor tem feito críticas ao governo Lula e já disse que o governo federal não para de incomodá-lo. Como Lula tem o incomodado?

O presidente Lula, neste terceiro mandato, tem se relacionado muito mal com os políticos. Eu não tinha um excelente relacionamento com Bolsonaro, mas ele respeitava o governo do Distrito Federal, não tinha picuinhas. O presidente e o governador precisam ter o mínimo de interlocução. Já vi ministros próximos ao presidente fazendo declarações contra a capital da República. Rui Costa (ministro da Casa Civil) já disse que Brasília é a “Ilha da Fantasia”. Hoje, na minha visão, não há relacionamento.

– É o único incômodo com o governo?

O governo federal está muito mal. O relacionamento com o Congresso não é bom, com os governadores de centro-direita quase não existe. Não há capacidade de fazer cortes nas áreas necessárias. Caminha para 2025 ser um ano muito ruim se não fizerem alguma coisa séria na economia.

– O senhor pretende concorrer ao Senado em 2026. Se eleito, fará parte do pelotão bolsonarista na Casa?

O que tiver que ser trabalhado dentro da legalidade, vamos fazer. Agora, não acredito em impeachment de membro do Supremo Tribunal Federal. Se for esse o projeto, é meio falido. O STF hoje participa ativamente da vida do país. Não vejo apoio para afastar ministro, só num caso extremo de corrupção.

– E o projeto de anistia aos presos do 8 de Janeiro?

Ainda mais complicado, porque já nasce inconstitucional. Talvez um projeto de redução de penas tivesse mais apoio. Você pode dizer tudo sobre essa turma que estava no 8 de Janeiro, mas não queriam dar golpe. Queriam quebrar tudo, se manifestar. Podem até ter sido induzidos, mas não acredito. Não foi a primeira vez que quebraram a Esplanada.

– Como o senhor vê o impacto eleitoral do indiciamento de Bolsonaro pela PF?

Acredito que o grupo de extrema-direita continuará sendo bolsonarista. Mas tem quem votou em Bolsonaro porque não queria a esquerda, que foi o meu caso, por exemplo. Você vê Tarcísio (de Freitas, governador de São Paulo) mostrando certa independência, (Ronaldo) Caiado (governador de Goiás) lançando candidatura. A turma que estava em torno do Bolsonaro naquela época já não o acompanha da mesma forma. Teve certo enfraquecimento (de Bolsonaro). A turma vai até a beira do abismo, mas ninguém vai pular, né?

– Quem o senhor acredita que será o nome da direita a substituir Bolsonaro na próxima eleição?

Pelo que vi da decisão do TSE e pelo clima dentro do Supremo, não acredito que (Bolsonaro) estará apto a concorrer em 2026. Ele será importante (na escolha), é um cabo eleitoral de altíssimo nível. Vai ter muita conversa dos partidos de centro-direita para fechar um nome com chance de êxito, porque separados não vão chegar a lugar nenhum. Esse nome ainda não surgiu. Tarcísio seria um excelente candidato à Presidência, mas, pelo que conversamos, vai esperar. Depois de dois mandatos em São Paulo, não vai ter concorrente para ele em 2030.

– O senhor acredita que Lula será o candidato da esquerda?

Para a biografia dele, não seria bom. Já está fazendo um terceiro mandato reconhecidamente preguiçoso, não se relaciona como antigamente, não tem grandes lideranças na interlocução com o Congresso. Hoje, as pautas são tocadas pelos presidentes das Casas. Para piorar, veio essa decisão sobre as emendas. Essa retranca que o governo tem feito junto com o ministro Flávio Dino (do STF) tem gerado muita insatisfação.

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