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Governador bolsonarista é criticado por ir à posse de ministros de Lula: “Desrespeito”

Durante a posse em Brasília, Antonio Denarium (E) foi acoplado entre as autoridades. (Foto: Walterson Rosa/Ministério da Saúde)

As posses dos ministros do governo federal Gleisi Hoffmann e Alexandre Padilha na última segunda-feira (10) renderam um movimento de repúdio nas redes sociais por uma presença não esperada: o governador de Roraima, Antonio Denarium (PP).

Eleito com o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Denarium passou a ser criticado por sua presença em um ato da gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A reação contra o governador foi encabeçada pelo deputado federal Nicoletti (União Brasil) que apontou incoerência. “É esse o ‘governador de direita’ que o povo de Roraima elegeu? Quem senta à mesa com o PT, compactua com o PT!”, escreveu na legenda. Em vídeo gravado, ainda completou.

“O governador de direita, conservador, apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro, em plena semana do Fora Lula, está acompanhando as atividades do Governo Federal. Isso é um desrespeito, um tapa na cara de toda a sociedade roraimense que elegeu Denarium com princípios e valores de direita”, disse.

Durante a posse em Brasília, Denarium foi acoplado entre as autoridades. No passado recente, o governador e o presidente Lula tiveram episódios de mal-estar e troca de farpas.

Em setembro, o chefe roraimense criticou a política do governo em relação ao povo Yanonami e foi citado por Lula em entrevista.

“A verdade nua e crua é que corre um boato de que o governador seria envolvido com o garimpo”, afirmou o presidente, à Rádio Norte FM.

Denarium já foi quatro vezes condenado na Justiça Eleitoral. Em novembro de 2024, o Tribunal Regional Eleitoral de Roraima cassou seu mandato por abuso de poder político e econômico e tornou-lhe inelegível por oito anos — mesma pena aplicada ao aliado e ex-presidente. Ele foi sentenciado pelas mesmas razões em agosto e novembro de 2023, e em janeiro do ano seguinte.

A Corte entendeu que, na campanha em que se reelegeu, Denarium alterou programas de distribuição de renda e moradia para expandir seus beneficiários e colher frutos eleitorais, além de transferir irregularmente recursos para municípios de prefeitos aliados.

A defesa do governador argumentou que os efeitos da pandemia da covid e a forte imigração de venezuelanos e haitianos para o estado justificavam as alterações na gestão dos recursos públicos.

Para que o governador deixe a cadeira, contudo, a decisão do TRE depende de uma validação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), última instância para o julgamento, onde ele apresentou recursos. Até o momento, a Corte não julgou seu caso — e, conforme o regimento da Justiça Eleitoral, não há um prazo definido para que isso aconteça. (IstoÉ e O Globo)

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