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Governador do Distrito Federal diz que não vai a ato sobre o 8 de Janeiro por estar de férias em Miami

(Foto: Renato Alves/Agência Brasília)

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), uma das figuras centrais dos atos de 8 de janeiro por ter sido afastado temporariamente durante a intervenção federal, não irá ao evento que vai celebrar a democracia e tentar virar a página dos atos extremistas.

Na data, ele estará de férias em Miami, nos Estados Unidos, segundo a assessoria. Ibaneis vai viajar desta quinta (28) a 15 de janeiro.

A cúpula da Polícia Militar do DF, subordinada ao governo sob comando de Ibaneis, foi presa por omissão e até ajuda aos manifestantes. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes classificou a atitude de Ibaneis Rocha durante ação de vândalos como omissa.

Ibaneis afastado
No dia seguinte aos ataques, 9 de janeiro, o ministro mandou afastar o governador porque verificou uma conduta “dolosamente omissiva”. O magistrado disse que os atos terroristas só podem ter tido a anuência do governo do DF, uma vez que os preparativos para a arruaça eram conhecidos.

“A escalada violenta dos atos criminosos resultou na invasão dos prédios do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal, com depredação do patrimônio público, conforme amplamente noticiado pela imprensa nacional, circunstâncias que somente poderiam ocorrer com a anuência, e até participação efetiva, das autoridades competentes pela segurança pública e inteligência, uma vez que a organização das supostas manifestações era fato notório e sabido, que foi divulgado pela mídia brasileira”, escreveu Moraes na decisão.

O ministro do Supremo afirmou ainda que os ataques aos prédios e às instituições da República foram “desprezíveis” e não ficarão impunes.

“Os desprezíveis ataques terroristas à democracia e às Instituições Republicanas serão responsabilizados, assim como os financiadores, instigadores e os anteriores e atuais agentes públicos coniventes e criminosos, que continuam na ilícita conduta da prática de atos antidemocráticos”, afirmou o ministro.

Alexandre Moraes disse que o afastamento de Ibaneis se justificava diante do cometimento de crimes como: atos preparatórios de terrorismo, associação criminosa, dano, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.

“A democracia brasileira não será abalada, muito menos destruída, por criminosos terroristas”, completou.

Logo após os atos, Ibaneis gravou um vídeo pedindo desculpas ao presidente Lula e aos demais poderes.

O governador retornou ao cargo, com autorização do STF, em março, quando Moraes justificou que, devido ao avanço das investigações, o retorno dele não oferecia mais riscos.

O secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli, disse que não cabe a ele avaliar a decisão de Ibaneis, ao ser questionado sobre a ausência do governador no evento do 8 de janeiro de 2024.

“Não me cabe tecer nenhum tipo de opinião sobre as férias ou as opções de qualquer gestor. O que eu disse é que é um período natural. Um período tem muitos servidores, muitos gestores que estão de férias no período de janeiro. Enfim, então, é natural as pessoas estarem de férias, férias as vezes já programadas com muita antecedência. Enfim, então não me cabe ficar dando opinião sobre eventuais férias de A, B ou C”, disse Cappelli.

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