Quarta-feira, 15 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 21 de agosto de 2024
No total, foram cumpridos 42 mandados de busca e apreensão no Estado
Foto: PF/DivulgaçãoO governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa (Republicanos), e familiares foram alvos de mandados de busca e apreensão durante uma operação realizada pela Polícia Federal (PF) na manhã dessa quarta-feira (21). A PF investiga supostos desvios de recursos públicos na distribuição de cestas básicas durante a pandemia de Covid-19. Wanderlei era vice-governador na época do suposto esquema, entre 2020 e 2021.
No total, foram cumpridos 42 mandados de busca e apreensão e outras medidas cautelares patrimoniais no Estado. Entre os alvos, estão políticos e empresários. A ação foi batizada de Fames-19. A primeira-dama, Karynne Sotero, secretária extradordinária de Participações Sociais no governo do Tocantins, e os filhos do governador, o deputado estadual Léo Barbosa (Republicanos) e Rérison Castro, atual superintendente do Sebrae Tocantins, também foram alvos das buscas.
Segundo a PF, há fortes indícios da existência de um esquema montado entre os anos de 2020 e 2021, utilizando-se do estado de emergência em saúde pública e assistência social para a contratação de empresas previamente selecionadas para o fornecimento de cestas básicas.
Conforme a PF, o objetivo da operação desta quarta é “aprofundar investigações relacionadas ao desvio de recursos públicos da Covid-19 utilizados para o pagamento a empresas contratadas para o fornecimento de cestas básicas”. Os inquéritos tramitam sob sigilo no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
O governo do Tocantins divulgou uma sobre a operação. “O governo do Estado do Tocantins informa que colabora com a Polícia Federal no cumprimento dos mandados de busca e apreensão realizados na manhã desta quarta-feira, 21, referente à Operação Fames-19, que investiga supostos desvios na compra de cestas básicas nos anos de 2020 a 2021. É do interesse do governo do Estado que tais fatos sejam devidamente esclarecidos”, diz a nota.
Karynne Sotero, primeira-dama e secretária extraordinária de Participações Sociais, afirmou em nota “recebeu com espanto e perplexidade a notícia de que é alvo de busca e apreensão”. Wanderlei Barbosa afirmou que, na época, não dava ordens sobre nenhuma despesa relacionada à distribuição das cestas.
O deputado estadual Léo Barbosa (Republicanos) disse que prestou os esclarecimentos necessários à polícia e que não imaginava que “o consórcio informal de R$ 5 mil poderia gerar tamanho transtorno”. Rérison Barbosa disse que na época era presidente da Agência Estadual de Metrologia e nunca teve relação com aquisição, licitação ou distribuição de cestas básicas. Ele ainda informou que sua única relação neste processo é um consórcio informal. Entre os outros alvos da operação estão políticos e empresários.