Segunda-feira, 06 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 6 de julho de 2023
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), foi vaiado nessa quinta-feira (6) durante evento do PL depois de se manifestar favorável à reforma tributária, aprovada em 1º turno na Câmara dos Deputados. Ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o chefe do Executivo paulista disse achar “arriscado” a direita abrir mão do projeto.
“Tudo bem, gente. Se vocês não acham que a reforma é importante”, ironizou depois da vaia da plateia.
Tarcísio afirmou que concordava com “95%” do texto proposto pela Câmara, depois de encontro com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na manhã da última quarta (5).
Mais tarde, no mesmo dia, o relator da reforma tributária na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), apresentou uma nova versão do seu parecer. O deputado também fez a leitura do relatório em sessão da Casa Baixa que começou por volta das 20h50.
No evento, Tarcísio tentou pedir para que os presentes não desistissem de controlar a narrativa da aprovação da reforma para, mais adiante, não deixar os louros apenas para os governistas.
Rebatendo as falas do governador de São Paulo, Bolsonaro disse que “se o PL estiver unido, não aprova nada”.
Presidente de honra da sigla, Bolsonaro já se manifestou contra a reforma. A reunião dessa quinta foi convocada para decidir qual seria a orientação de voto dada aos deputados do PL.
Se dirigindo aos presentes na reunião, o ex-presidente declarou que Tarcísio “não tem experiência política” que muitos congressistas têm.
Votação
Numa votação histórica e após 35 anos de tentativas sem sucesso, a Câmara dos Deputados aprovou em primeiro turno o texto-base da proposta de reforma tributária, com um placar folgado, de 382 votos a favor e 118 contrários. Por se tratar de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), eram necessários pelo menos 308 votos. A proposta ainda precisa ser votada em segundo turno.
Para a aprovação da reforma, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o relator, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), fizeram uma série de concessões, beneficiando ainda mais o agronegócio e o setor de serviços com taxação mais baixa.
Com forte lobby junto aos deputados e se aproveitando da pressa de Lira para concluir a votação, os dois grupos mais resistentes à reforma, durante os últimos anos, jogaram pesado e conseguiram emplacar a maior parte das suas demandas.
Apesar da resistência da equipe econômica, o agro e supermercados foram atendidos também com a criação de uma cesta básica nacional, cujos produtos terão alíquota zero. Com os pleitos atendidos, a bancada ruralista declarou apoio à reforma em plenário.