Sexta-feira, 18 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 9 de abril de 2025
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou que tem conversado com o presidente da Câmara, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), para que a Casa dê andamento ao projeto de lei que concede anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de Janeiro de 2023. Na ocasião, os prédios dos três Poderes foram invadidos e depredados por radicais que não aceitavam o resultado das eleições de 2022.
“Conversei com Hugo Motta na sexta-feira sobre isso. E vou voltar a conversar com ele agora, após a manifestação. Acho que é uma coisa que tem que ser construída e podemos ter o envolvimento de todos nesse processo. Então, é um objetivo a ser alcançado. Eu acho que a manifestação foi uma manifestação que dá impulso e dá força para esse pleito de anistia”, disse Tarcísio em evento sobre a expansão das obras da Linha 4-Amarela do Metrô, em Taboão da Serra, na última segunda-feira (7).
No domingo passado (6), o governador de São Paulo participou, ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outros seis chefes de Executivos estaduais, do ato na Avenida Paulista pró-anistia. Na ocasião, Tarcísio comparou o pedido dos bolsonaristas com outros momentos da história, como a anistia durante a ditadura militar. “Eu quero prisão para assaltante, para quem rouba celular, para quem invade terra e para corrupto”, disse o governador de São Paulo ao discursar na manifestação.
Levantamento
O Placar da Anistia do Estadão – levantamento exclusivo para identificar como cada um dos deputados se posiciona sobre o tema – mostra que 200 dos 513 parlamentares da Câmara apoiam o perdão aos implicados no 8 de Janeiro. A marca foi atingida um dia após o ato na Paulista.
O número de deputados que apoiam a proposta é mais do que suficiente para garantir a apresentação da urgência do projeto de lei no plenário da Casa. Colocar o texto como prioridade para ser analisado pela Câmara é o principal objetivo do líder do PL, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ).
Com os 200 apoiadores da ideia, o projeto está a 57 votos de atingir a maioria absoluta da Câmara. Para uma proposta de lei ser votada na Casa, é preciso haver pelo menos 257 deputados na sessão. O texto é aprovado com votos da maioria simples, ou seja, maioria dos presentes.
Outra pergunta feita aos deputados foi se a anistia deveria beneficiar Bolsonaro e os demais denunciados por tentativa de golpe de Estado. Neste caso, o apoio diminui: 174 deputados declaram que o perdão não deveria ser estendido para o ex-presidente e para os outros acusados pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
Na terça (8), o pastor Silas Malafaia voltou a criticar o presidente da Câmara. Em vídeo publicado nas redes sociais, o líder evangélico chamou Motta de “mentiroso” após o deputado dizer que, para não aumentar “uma crise institucional”, conduzirá o tema da anistia “com a serenidade que ele requer”. (Com informações do Estado de S. Paulo)