Domingo, 09 de março de 2025
Por Redação O Sul | 8 de junho de 2024
O governo da Argentina negou ter conhecimento da presença em seu território de foragidos dos ataques de 8 de janeiro de 2023 em Brasília, após a imprensa brasileira noticiar que a Polícia Federal argentina saberia que cerca de 60 fugitivos estão no país.
“Ainda não temos nenhuma informação desse tipo, não temos alertas vermelhos sobre essas pessoas (…) o Ministério da Segurança não recebeu nenhum tipo de solicitação, nem da Interpol, nem de pessoas, nem de nomes, nem de listas”, afirmou a ministra da Segurança, Patrícia Bullrich, em declarações à Rádio Mitre.
Inicialmente, a Polícia Federal identificou 65 investigados que teriam ingressado ilegalmente no país vizinho. A lista seria encaminhada ao STF (Supremo Tribunal Federal) para iniciar os processos de extradição. Apurações dão conta de que eles podem ter entrado no país vizinho até mesmo em porta-malas de veículos. Outros entraram caminhando pela ponte na fronteira, ou atravessando o rio Paraná. Todas as fugas ocorreram em 2024.
A Polícia Federal anunciou na quinta-feira (6) a captura de cerca de 50 “fugitivos” ligados à invasão das sedes dos Três Poderes por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, no âmbito de uma operação especial que busca encontrar e prender mais de 200 pessoas.
As operações ocorreram em 18 estados e no Distrito Federal. A PF continua buscando outros 159 condenados ou investigados considerados foragidos. A Lesa Pátria tem quatro frentes de investigação: uma mira os possíveis autores intelectuais, incluindo autoridades; outra busca mapear financiadores e responsáveis pela logística dos acampamentos e transporte de manifestantes para Brasília; a terceira foca nos vândalos, individualizando a conduta de cada envolvido; e a quarta investiga autoridades omissas que facilitaram a atuação dos invasores.
No dia 8 de janeiro de 2023, atos anti-democráticos foram realizados no Palácio do Planalto, o Congresso e o Supremo Tribunal Federal, exigindo uma intervenção das Forças Armadas que depusesse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e denunciando supostas fraudes nas eleições. Bolsonaro, que perdeu por uma pequena diferença para Lula no pleito presidencial de 2022, compareceu à Polícia Federal no ano passado sob suspeita de ter instigado a insurreição em Brasília.