Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024

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Cláudio Humberto Governo arma votação remota para manter vetos

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Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

Com esperada derrota em vetos caros ao Planalto, a articulação de Lula foi a campo para que Randolfe Rodrigues, espécie de controlador-geral do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, liberasse votação remota na sessão do Congresso que avaliará os vetos presidenciais, prevista para esta terça (28). Os lulistas tentam adiar a votação do fim das saidinhas, cujo veto de Lula foi celebrado pela bandidagem por manter a regalia. Parlamentares preveem a derrubada desse veto por larga vantagem.

Indefensável

Para o senador Ciro Nogueira (PP-PI), o Planalto deve perder mais uma, já que tem sofrido derrotas no Legislativo por “defender pautas horríveis”.

Base esfacelada

Agora que “é a resenha”, diz o petista José Neto (BA) ao confirmar que o governo nem mesmo conseguiu definir se fecha ou não questão.

Planilhas

Nas contagens do senador Izalci (PL-DF), o Senado deve entregar cerca de 50 votos para derrubar o veto ao projeto.

Goleada

Na Câmara é difícil achar quem acredite na manutenção do veto. Maurício Marcon (Pode-RS) acha que cai com “400 votos para mais”.

PT tenta usar veto para criar ‘tribunal da verdade’

A oposição está mobilizada para manter o veto 46, cuja votação está prevista para esta terça-feira (28) no Congresso. Chamado de Veto da Liberdade, se cair, será transformado em mais um instrumento autoritário que prevê até 5 anos de prisão para quem for acusado de difundir fake news. A jogada autoritária institui no País certos “tribunais da verdade”, que definirá o que é falso ou verdadeiro, materializando previsões do célebre livro “1984”, de George Orwell, sobre regime autoritário

Liberdade no lixo

Como na obra de Orwell, a intenção é criar nova ordem, à margem da Constituição, extinguindo direitos como a liberdade de expressão.

É o que eles querem

Defensor do disparate, o ex-ministro Orlando Silva (PCdoB-SP) alegaria hoje ser fake news a acusação de pagar tapioca com cartão corporativo.

Veto à censura

O senador Carlos Portinho (PL) lembrou que Bolsonaro, com seu veto, chamou a atenção à falta de clareza sobre a conduta a ser punida.

RH de olho

Deputados bufaram de raiva quando Arthur Lira, presidente da Câmara, exigiu presença com registro biométrico, sob pena de ponto cortado. Suas excelências raramente dão as caras antes de terça-feira.

Sem solução

Deputados querem que a ministra Nísia Trindade (Saúde) explique greve e superlotação nos hospitais federais do Rio de Janeiro. Chris Tonietto (PL-RJ) destaca que o problema é recorrente e se perpetua no Estado.

Sem colher de chá

Projeto do deputado Davi Soares (União-SP) endurece a legislação contra menores que cometerem crimes hediondos. Propõe aumentar o tempo de internação para até 12 anos. Para muitos casos, é pouco.

Shopping é do Brasil

O setor de shoppings no Brasil continua dando show de eficiência. Após se incorporar à rotina onde os brasileiros fazem compras, se divertem, têm acesso a serviços públicos ou apenas batem pernas, virou estação de embarque e desembarque no aeroporto improvisado de Canoas.

Uniu opositores

Revoltou petistas e bolsonaristas a revelação do UOL de que assessora do senador Randolfe Rodrigues (AP), casada como deputado Vinicius Gurgel (PL-AP), “leva vida de influenciadora” no horário de trabalho.

É um abuso

Virou assunto na Câmara as incômodas ligações automatizadas de telemarketing que aporrinham os brasileiros. O deputado Juninho do Pneu (União-RJ) apresentou proposta para proibir a prática.

Enrolação

Parlamentares estão incomodados com a enrolação nos pareceres de órgão ambientais, o que pode atrasar leilão de blocos de exploração de petróleo em 2025. Marina Silva (Meio Ambiente) não parece incomodada.

Na gaveta

Sumiu da pauta do Supremo o julgamento do uso de banheiro feminino por pessoas transexuais. O caso deveria ser apreciado amanhã (29), mas desapareceu e não tem nem data para ressurgir.

Pergunta na caserna

O governo também vai acionar a Polícia Federal para apurar fake news do Exército sobre o dique em Canoas?

PODER SEM PUDOR

O Brasil no contragolpe

O imperador da Etiópia, Hailê Selassiê, foi deposto pelo próprio filho quando fazia visita oficial ao Brasil, a convite do presidente Juscelino Kubitscheck, liderando uma comitiva que era uma pequena multidão. Em conversa com JK, o imperador pediu dinheiro para voltar, dar um corretivo no filho e retomar o poder. JK ordenou que o ministro da Fazenda, Horácio Lafer, liberasse dinheiro a Selassiê antes de o Congresso aprovar o empréstimo. Lafer advertiu: “Os parlamentares não vão aprovar isso”. JK respondeu: “Vão aprovar, Lafer. Basta mostrar essa comitiva toda como asilada.” Selassiê retomou o poder e se manteve nele por mais quinze anos.

(Com Rodrigo Vilela e Tiago Vasconcelos)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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