Sábado, 08 de março de 2025
Por Redação O Sul | 24 de agosto de 2024
O governo brasileiro informou que não assinou o comunicado que refuta o resultado eleitoral na Venezuela por não concordar com o tom e com o teor do texto. O comunicado foi divulgado na sexta-feira (23) e é assinado por Estados Unidos, União Europeia e mais dez países da América Latina, além da OEA (Organização dos Estados Americanos). Os signatários afirmam que a eleição na Venezuela foi fraudada.
Na quinta (21), o TSJ, suprema corte venezuelana, reconheceu o atual presidente Nicolás Maduro como vencedor do pleito. O Conselho Nacional Eleitoral (CNE, a Justiça eleitoral do país), já havia declarado vitória de Maduro. Agora, o TSJ respaldou. Mas nenhum dos dois órgãos apresentou as atas de votação (espécie de boletim eleitoral). A oposição alega que O CNE e o TSJ são, na prática, comandados por Maduro. E que o verdadeiro vencedor da eleição foi o oposicionista Edmundo Gonzalez.
A União Europeia voltou a exigir que o governo apresente as atas de cada uma das urnas de votação e passem por uma auditoria externa. Já o grupo que inclui Estados Unidos, Argentina, Chile e Uruguai declarou que a Justiça venezuelana não é imparcial nem independente. A OEA afirmou que vai denunciar Nicolás Maduro e seus aliados ao Tribunal Penal Internacional por tortura e execuções de dissidentes políticos.
Postura neutra
O governo brasileiro vem mantendo uma postura neutra durante a tensão política na Venezuela, não reconhecendo a fraude ou a eleição de Nicolás Maduro. O único posicionamento do Brasil foi em relação às atas, onde o governo continua exigindo as atas eleitorais para comprovar se houve ou não fraude no resultado das eleições venezuelanas. Ainda, preza pela transparência e firmeza na cobrança das atas. O Brasil continua em conversas com a Colômbia, país que também tem extensa área de fronteira com a Venezuela e que também tem contato com oposição e situação venezuelanas.
O presidente Lula já foi próximo de Maduro, com visitas e um relacionamento diplomático com o político. Apesar desse posicionamento, o Brasil vem sendo pressionado para tomar uma posição mais concreta da situação política. As conversas com a Colômbia estão mantidas, o país vizinho está colado com a fronteira da Venezuela e tem contato direto com a oposição de Maduro, liderada por María Corina Machado e Edmundo González (o último foi o concorrente de Nicolas e tem sua vitória reconhecida por alguns países).