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Mundo Governo brasileiro não vai enviar munição à Ucrânia, garante ministro das Relações Exteriores

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(Foto: Divulgação)

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou que o Brasil não vai enviar munição de tanques à Ucrânia. A declaração foi dada em Munique, na Alemanha, onde ele representou o Brasil na 59ª Conferência de Segurança. O encontro reuniu mais de 40 líderes mundiais.

Na avaliação do governo brasileiro, a medida seria entendida como uma participação do Brasil na guerra. “Em vez de participar de uma guerra, preferimos falar de paz”, ressaltou o chanceler. Vieira enfatizou a disposição do país em participar de uma mediação para se chegar a uma trégua e depois negociar a paz: “O Brasil está pronto para ajudar sempre que possível”, afirmou.

“Clube da paz”

Durante visita ao Brasil do chanceler federal alemão, Olaf Scholz, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva propôs que o Brasil faça parte, junto com a China, de um grupo mediador entre a Rússia e a Ucrânia, numa espécie de “clube da paz”.

Em recente entrevista, Lula voltou a defender a formação do grupo e ressaltou que o Brasil não poderia fornecer munições, pois assim estaria participando do conflito.

“Se eu vendo as munições para o canhão que a Alemanha vai dar para a Ucrânia, significa que o Brasil está entrando na guerra. E eu não quero entrar na guerra, eu quero acabar com essa guerra”, afirmou o chefe do Executivo, que planeja uma viagem à China em março para se encontrar com o presidente Xi Jinping.

Pedido por munições

Durante encontro em Washington com o presidente americano, Joe Biden, Lula adotou a mesma postura: “Eu estou convencido de que é preciso encontrar uma saída para colocar fim a essa guerra. E senti, da parte do presidente Biden, a mesma preocupação, porque ninguém quer que essa guerra continue”, afirmou na ocasião. “É preciso que tenha parceiros capazes de construir um grupo de negociadores [em] que os dois lados acreditem.”

Lula negou em janeiro um pedido do governo da Alemanha para que o Brasil fornecesse munição de tanques que seria repassada por Berlim à Ucrânia, sob invasão russa desde 24 de fevereiro de 2022. A decisão foi tomada durante reunião com os chefes das Forças Armadas e o ministro da Defesa, José Múcio.

Sanções

Em Munique, Vieira também defendeu a postura do governo brasileiro de não apoiar sanções contra a Rússia. Ele lembrou que Lula, desde o início de seu governo, condenou a invasão da Ucrânia como uma violação do direito internacional. Segundo ele, o país não participa das sanções a Moscou porque a lei brasileira só permite tais medidas a partir de decisões do Conselho de Segurança da ONU.

Na Alemanha, Mauro Vieira teve vários encontros bilaterais com os chanceleres da Bósnia e Herzegovina, do Canadá, da Colômbia, Eslovênia, de Malta, da República Dominicana, do Reino Unido e da Suíça, bem como com o alto representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança.

Criada em 1962, a Conferência de Segurança de Munique tornou-se um dos principais foros globais de discussão e reflexão sobre os desafios à paz e à segurança internacional.

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